A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) realizou, na manhã desta sexta-feira (20/12), a operação Transparência, com foco na investigação de irregularidades na gestão de recursos públicos da Câmara Municipal de Taiobeiras, no Norte de Minas. A ação incluiu o cumprimento de mandados de busca e apreensão nos gabinetes de seis vereadores, entre eles o presidente da Casa Legislativa.
Durante a operação, foram apreendidos documentos contábeis, registros de frequência, dispositivos eletrônicos e comunicações digitais, que serão analisados como parte das investigações.
Esquema sob investigação
Segundo o delegado Thiago Cavalcante, o esquema identificado consistia na solicitação e liberação antecipada de valores elevados para diárias destinadas à participação em cursos de capacitação, geralmente realizados em cidades distantes, como Brasília, a quase 900 quilômetros de Taiobeiras.
As apurações indicam que muitos desses cursos não eram efetivamente realizados ou frequentados pelos beneficiários. Em algumas datas analisadas, foi constatado que os parlamentares estavam em outros locais, diferentes dos indicados nos registros dos eventos.
Entre 2021 e 2024, os pagamentos de diárias aos vereadores investigados ultrapassaram R$ 1 milhão. “Houve casos em que as despesas foram destinadas a cursos em Brasília, mesmo com a disponibilidade de alternativas em cidades mais próximas, como Belo Horizonte”, ressaltou o delegado.
Ação conjunta
A operação foi conduzida pela 4ª Delegacia Regional em Taiobeiras, sob a coordenação da delegada Liliam de Cales, e contou com o acompanhamento do promotor de Justiça Auristhony Lucas Oliveira Simões e do assessor jurídico da Câmara Municipal, Andreu Silva Lez.
As investigações continuam para detalhar a possível participação dos envolvidos e avaliar o impacto financeiro dos desvios na administração pública.
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