Acontece em Januária, norte de Minas Gerais, de 18 a 21 de julho de 2024, a segunda edição do Festival de Cinema A Outra Margem, promovido pelo Cine Barranco, com uma programação diversificada e gratuita. De acordo com Gleydson Mota, Produtor Executivo do evento, “o cinema é efeito da manifestação cultural de quem vive, resiste e é barranqueiro. O cinema é nosso também”, afirma.
O coletivo Cine Barranco foi criado em 2020 por jovens que querem, segundo eles, “democratizar o acesso ao cinema e estimular a produção e a regionalização do audiovisual barranqueiro e sertanejo, em um território onde não há salas de cinema ativas”. Ao realizar o segundo festival de cinema, o coletivo tem como objetivos também ampliar o acesso da população às obras cinematográficas, e incentivar a atividade do cinema na cidade.
Januária fica a cerca de 169 km de Montes Claros e a 590 km da capital, Belo Horizonte. Tem cerca de 67 mil habitantes e é rica em diversidade de manifestações artísticas e da cultura popular. Está banhada na margem esquerda pelo Rio São Francisco onde, uma vez por ano, acontece a Praia de Minas, com 100 dias de temporada de praia.
No ano passado a cidade recebeu cerca de 160 mil pessoas, segundo a Secretaria de Turismo – SETUR. Lá também está o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, candidato a Patrimônio da Humanidade. E ainda possui a maior estalactite do mundo (estruturas de rochas sedimentares formadas dentro das cavernas a partir do teto), a Perna da Bailarina, além de pinturas rupestres que revelam a ocupação milenar do povo do São Francisco. Januária foi imortalizada pelo escritor mineiro João Guimarães Rosa (1908-1967), que a cita 17 vezes em sua obra “Grande sertão: veredas”.
Toda a programação do Festival A Outra Margem 2024 acontece na tradicional Rua de Baixo, atual Rua Anísio José da Rocha, que ainda expressa no imaginário local o passado da vila de pescadores e pescadoras que ali viveram. A Outra Margem vai reunir sessões de cinema com a Mostra Espelho D’água, oficinas nas áreas de cinema e audiovisual, com a agenda Sabenças do Audiovisual, apresentações musicais com o espaço Mareta e ainda intervenção de artes visuais, exposições, rodas de conversa e oficinas autogestionadas com os espaços Diz Barranco e Balaieiro.
Mostra Espelhos D’água
A Mostra Espelhos D’água apresenta em seis sessões, filmes de estados brasileiros abrangidos e alcançados pela Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco: Minas Gerais, Bahia, Goiás, Alagoas, Pernambuco, Sergipe e Distrito Federal.
São filmes produzidos com olhares para as múltiplas dinâmicas que permeiam o rural e o urbano, os seres-rios, os seres humanos e mais que humanos, as formas do bem viver, os modos de viver que traduzem como as pessoas se relacionam com a paisagem, qualquer que seja ela, e os conflitos que atravessam este recorte. Em sessões que promovem, segundo
Karla Vaniely, diretora de Curadoria da Mostra, “o diálogo e encontro entre o folclore, a ancestralidade, as raízes, a memória e também a modernidade da vida atual. Vislumbrar o futuro sem deixar de olhar para o passado.”
“Espelhos D’água nos convida a olhar para a gente de qualquer margem do rio. A água que você bebe vem de qual rio? Somos seres de água e contemplaremos no Cinema as nossas raízes e identidades” completa Gleydson Mota.
Sabenças do audiovisual
Sabenças do Audiovisual é uma agenda formativa em Cinema e Audiovisual, em que cineastas e produtores partilham experiências e práticas na produção. Nesta segunda edição serão cinco oficinas e uma roda de conversa, propondo reflexões sobre o fazer Cinema no Sertão. Um espaço potente em um território que carece de escolas de formação artística, em especial, de cinema.
Espaço Balaieiro
“O que cabe em um balaio? Cabe de tudo um pouco”, dizem os realizadores, e nele também cabe arte. Para esta edição o coletivo preparou um espaço, o Balaieiro, com uma programação de oficinas autogestionadas, intervenções, espetáculos e contação de estórias. “Somos Gerais, diversos nas expressões e nos modos que nos colocamos no mundo”, explica Gleydson Mota.
Espaço Mareta
Mareta é a onda do Rio São Francisco e, provocada pelo vento, bate no barranco, barco ou no jogar de tarrafa do pescador. “Como nosso som é onda, mareta também é o nome da nossa programação musical e de como suas ondas sonoras os abraçam. Trazemos para o palco a música que é ouvida e produzida no barranco e no sertão para um encontro de sentidos, ritmos e poesias”, finaliza Ernane Silva, Produtor do Espaço Mareta.
O segundo Festival de Cinema A Outra Margem, acontece de 18 a 21 de julho, sempre a partir das 16horas. O festival conta com o fomento da Lei Paulo Gustavo, no âmbito do Governo do Estado de Minas Gerais, por meio da Secretaria Estadual de Cultura e Turismo (SECULT/MG). Toda a programação é gratuita.
Contatos:
Fabíola Versiani – Fulô Comunicação e Cultura
(38) 98433-9545
Márcia Braga – Asessoria de Imprensa – (38) 988 36-6065
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