DECEMBER 9, 2022


Síndromes Respiratórias: Hospitais do Norte de Minas propõem abertura de 141 leitos pediátricos

A iniciativa leva em conta o aumento das internações por Síndromes Respiratórias Agudas Graves – (SRAG) e o Plano de Ação Estadual para o Enfrentamento de Doenças Respiratórias na área da Pediatria

Foto Hospital das Clínicas

Numa ação articulada pela Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros – (SRS) e pelas Gerências Regionais de Saúde – (GRS) de Januária e Pirapora, juntamente com o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Minas Gerais – (Cosems), 13 hospitais formalizaram propostas para abrir 141 novos leitos para reforçar o atendimento pediátrico no Norte de Minas. A iniciativa leva em conta o aumento das internações por Síndromes Respiratórias Agudas Graves – (SRAG) e o Plano de Ação Estadual para o Enfrentamento de Doenças Respiratórias na área da Pediatria, lançado no dia 29 de abril pela Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais – (SES-MG).

Nesta quinta e sexta-feira, 9 e 10, a Superintendência Regional de Saúde e as GRS de Januária e Pirapora encaminharam para o nível central da SES-MG as propostas formalizadas pelos hospitais. Ao todo as instituições estão propondo a abertura de 76 leitos clínicos; 45 Unidades de Tratamento Intensivo Pediátricas – (UTIs); 10 leitos de Suporte Ventilatório Pulmonar Pediátricos – (SVP-P) e 10 Unidades de Cuidados Intermediários Neonatais – (UCINco).

Por instituição, as propostas de abertura de novos leitos pediátricos estão definidas da seguinte forma: Hospital das Clínicas Dr. Mário Ribeiro da Silveira (20 UTIs; 10 leitos de suporte ventilatório pulmonar e 10 unidades de cuidados intermediários neonatais); Fundação de Assistência Social de Janaúba (Fundajan –  10 UTIs e dez leitos clínicos); Santa Casa de Montes Claros (10 UTIs e 10 Leitos Clínicos); Fundação Hospitalar Dr. Moisés Magalhães Freire, de Pirapora (uma UTI e 10 leitos clínicos); Hospital Santo Antônio, de Taiobeiras (quatro UTIs e seis leitos clínicos); Hospital Municipal Dr. Oswaldo Prediliano Santana, de Salinas (10 leitos clínicos); Hospital Municipal de Januária, Fundação Hospitalar de Amparo ao Homem do Campo, de Manga e Hospital Senhora Santana, de Brasília de Minas (sete leitos clínicos em cada instituição); Hospital São Vicente de Paulo, de Coração de Jesus (3 leitos clínicos); Hospital São Sebastião, de Mirabela, Hospital Municipal Gil Alves, de Bocaiúva e a Unidade Mista Dr. Brício de Castro Dourado, de São Francisco (2 leitos clínicos em cada instituição).

Atualmente o Norte de Minas possui 199 leitos clínicos pediátricos e 40 leitos cirúrgicos pediátricos. Em Montes Claros, município de referência macrorregional para atendimentos de média e alta complexidade em saúde, estão instalados 47 leitos clínicos pediátricos; 14 UTIs, sendo 12 disponibilizadas ao Sistema Único de Saúde – (SUS) e 31 leitos cirúrgicos pediátricos.

“Junto com o Cosems e dirigentes de hospitais, a Secretaria de Estado da Saúde está unindo esforços para viabilizar a ampliação dos leitos pediátricos no Norte de Minas, levando em conta o aumento das demandas de internações causadas por síndromes respiratórias agudas graves. Mesmo antes do inverno estamos vivenciando essa situação em todas as regiões do estado e do país, o que exige trabalho conjunto dos gestores de saúde para viabilizar o atendimento de demandas da população”, pontua a superintendente regional de saúde de Montes Claros, Dhyeime Thauanne Pereira Marques.

Atualmente, Minas Gerais possui 3 mil 401 leitos pediátricos, dos quais 2 mil 634 estão disponibilizados para o SUS. O estado possui 470 UTIs pediátricas, sendo 259 destinadas ao atendimento de demandas do SUS e 27 leitos de cuidados intermediários de pediatria.

O coordenador de Redes de Atenção à Saúde na SRS de Montes Claros, João Alves Pereira explica que por meio da Deliberação 4.684, publicada no dia 6 de maio pela Comissão Intergestores Bipartite do Sistema Único de Saúde – (CIB-SUS), estão aptos ao recebimento de recursos financeiros para a abertura de novos leitos de pediatria os estabelecimentos que informarem a necessidade e a capacidade operacional. Até 24 de maio os hospitais poderão enviar à SES-MG as solicitações para abertura de leitos pediátricos, que não poderá exceder 30% da capacidade instalada. O valor da diária para leito clínico será de R$ 300,00.

“No que se refere às UTIs pediátricas e aos leitos de cuidados intermediários, os valores das diárias estão fixados em R$ 2 mil e R$ 500,00, respectivamente, conforme definido na Portaria 3.556, publicada no dia 18 de abril pelo Ministério da Saúde. Entretanto, para fazer jus aos repasses os municípios deverão ser incluídos no Plano Estadual para Enfrentamento à Síndrome Respiratória Aguda Grave em Pediatria”, explica o coordenador.

CENÁRIO E VACINAÇÃO

Agna Soares da Silva Menezes, coordenadora de vigilância em saúde e do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde – (Cievs) na SRS de Montes Claros explica que até o dia 2 de maio Minas Gerais teve 6 mil 193 casos notificados de síndrome respiratória aguda grave. Desse total, 434 notificações foram realizadas no Norte de Minas.

Neste ano, o Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe – (SIVEP-Gripe) aponta que ocorreram 623 óbitos em Minas Gerais causados por SRAG, sendo 18 casos no Norte de Minas.

“O cenário epidemiológico das síndromes respiratórias agudas graves é preocupante pois o inverno ainda não começou. As síndromes respiratórias têm como causas a predominância de vírus Influenza tipos A e B; Vírus Sincicial Respiratório; SARS-COV-2 (causador da Covid); bactérias, fungos e outros agentes. Para conter o avanço das síndromes respiratórias as pessoas que compõem os públicos alvos da vacinação contra a gripe precisam procurar se imunizar antes do início do inverno. A campanha prossegue até 31 de maio e, até o momento, na área de atuação da SRS a cobertura vacinal está em 32,9%”, alerta Agna Menezes.

Na semana passada o Ministério da Saúde ampliou a vacinação contra a gripe para toda a população a partir dos seis meses de idade. Porém, ainda integram os grupos prioritários: crianças de seis meses a menores de seis anos; crianças indígenas de seis meses a menores de nove anos; trabalhadores da saúde; gestantes; puérperas; professores dos ensinos básico e superior; povos indígenas; idosos com 60 anos ou mais; pessoas em situação de rua; profissionais das Forças Armadas, forças de segurança e de salvamento; pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais (independentemente da idade); pessoas com deficiência permanente; caminhoneiros; trabalhadores do transporte rodoviário coletivo (urbano e de longo percurso); trabalhadores portuários; funcionários do sistema de privação de liberdade; população privada de liberdade; quilombolas; adolescentes e jovens sob medidas socioeducativas  (entre 12 e 21 anos).

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