Nessa quarta-feira, 15 de setembro, o candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva – Lula (PT), visitou a cidade norte mineira de Montes Claros. No ocorrido, o presidenciável falou sobre a urgência de reconstruir o Brasil e acabar com a questão da fome. O candidato realizou uma coletiva com a imprensa local e ainda fez um comício na cidade, que levou mais de 10 mil pessoas à concentração na Praça da Catedral.

Paulo Guedes, candidato a deputado federal, expressou suas expectativas com a visita de Lula. “Existe um clima de muita esperança, estamos fazendo uma grande festa, envolvendo todas as cidades da região, participam os quilombolas, os índios e os agricultores familiares. Muita empolgação, porque todo mundo sonha com o Lula de volta, porque foi ele que olhou para essas pessoas com seus programas sociais. Temos a expectativa do Lula voltar e termos um salário mínimo decente com poder de compra”, expressou Guedes.

De acordo com o candidato a deputado federal, o Norte de Minas e o Vale do Jequitinhonha são regiões que se identificam muito com Lula. Em concordância, Lula comentou que o Norte de Minas Gerais precisa de atenção e que o estado voltará a crescer novamente. “Minas Gerais foi colocado na minha pauta como estado preferencial. A minha vinda ao Norte de Minas, que tem uma das melhores carnes secas do mundo e produz uma farofa extraordinária, merece atenção nossa, porque ela é grande, além disso, está sendo industrializada. Esse estado é extremamente importante para o nosso país, e ele voltará a ser uma região forte”, disse o candidato à presidência.

Lula também pontuou em sua fala que Minas Gerais é um estado com grande potencial para o Brasil e que assim como parte do país, a população mineira sofre com a fome. Sobre isso ele disse que “pedir voto em um momento que o país atravessa é uma situação difícil. Eu até estranho o presidente da república ir na televisão e falar que não tem tanta fome, só em Minas Gerais tem mais 2 milhões mineiros passando fome e no Brasil 33 milhões de pessoas, mas acho que pode até ser mais. O Brasil está em estado de empobrecimento”, destacou Lula.

Segundo o candidato do PT, a fome é o resultado de uma precária administração governamental e ainda expôs como a questão da fome deve ser abordada. “A fome não espera! O governo precisa trabalhar de forma mais rápida para aumentar a capacidade aquisitiva da população, baratear os alimentos, e para aquelas pessoas que não podem comprar, o governo deve dar o alimento. Eu tenho orgulho de ter acabado com a fome nesse país, mas nunca pensei que ela voltaria tão rápido. A fome é o resultado da falta de vergonha na cara de quem governa o país!”, expôs o presidenciável.

Outro ponto discutido por Lula foi a imagem do Brasil no exterior e a necessidade de todos os poderes realizarem sua parte para que o país volte a chamar atenção internacional e a população tenha dignidade. “O Brasil precisa voltar a normalidade, está tudo virado de ponta cabeça, porque todo mundo acha que manda. Precisamos reconstruir o país para que ele possa ser respeitado pelo mundo e a população ter sua dignidade restaurada”, discutiu o candidato.

Andréia de Jesus, Deputada Estadual e Presidenta da Comissão de Direitos Humanos da ALMG, dialogou sobre a relevância da população negra na política. “O lugar da pessoa negra na politica é um espaço de decisão e de poder, as pessoas ainda não naturalizam o negro fora da senzala, nos precismos estar nesses espaços para verem o negro advogado, médico, presidente, prefeito e deputado. Nós temos total capacidade e inteligência, ou seja, estamos aptos para qualquer cargo, o que impede nosso crescimento é o racismo estrutural, por isso, estar nesses lugares estratégicos é importante para criar políticas públicas para superar esse racismo. Naturalizar a morte de pessoas negras e ninguém se escandalizar é sinal de que precisamos mudar essa realidade”, disse Andréia.

Em relação a essa fala, o presidenciável também contou que todos terão participação no seu governo e que o Brasil é dos brasileiros. “Nós vamos recriar o espaço da pessoa negra, então haverá negros e negras, povos indigenas, mulheres, pois o Brasil mudou, mas infelizmente o governo atual não pensa nisso. As mulheres terão um espaço, porque elas são a maioria da população brasileira, isso significa que teremos um governo mais forte e com mais participação da população. Nós vamos descentralizar a cultura e sair do eixo Rio-São Paulo, e integrar o país inteiro, porque o Brasil é do povo brasileiro”, finalizou Lula.