Nesta segunda semana de dezembro vinte e um municípios que integram a área de atuação da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros estão iniciando o trabalho de identificação e tratamento de focos de proliferação do mosquito Aedes aegypti com a utilização de drones. O novo método que está sendo implementado no Norte de Minas, com financiamento da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG), contempla o mapeamento de possíveis focos de proliferação do mosquito com a utilização de fotografias e filmagens. Nesta primeira fase, o trabalho envolve área superior a 1,7 mil hectares, localizada em locais de difícil acesso.
A coordenadora de vigilância em saúde da SRS de Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes, explica que “com a utilização de drones o objetivo da Secretaria de Estado da Saúde é reduzir a incidência de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti (dengue, chikungunya e zika) no período sazonal que começou em novembro e prossegue até maio de 2025”.
A coordenadora observa que “os locais de difícil acesso constitui um sério problema enfrentado todos os anos pelos municípios para a eliminação de focos de proliferação do Aedes aegypti o que, consequentemente, dificulta a redução de casos notificados e confirmados arboviroses, proporcionando com isso maior número de pessoas acometidas por doenças transmitidas pelo mosquito, bem como a ocorrência de óbitos”.
Entre os locais de difícil acesso para agentes de controle de endemias estão lages que acumulam água de chuva; caixas d’água destampadas; topos de morros; depósitos de lixo e de materiais inservíveis; imóveis fechados ou abandonados.
Para a implementação do trabalho no Norte de Minas a SES-MG está disponibilizando investimento superior a R$ 2,2 milhões. Por meio do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Alto Rio Pardo (Cisarp), sediado em Taiobeiras, foi contratada a empresa Aero Engenharia, sediada em Contagem, visando o mapeamento de áreas de difícil acesso em 53 municípios da área de jurisdição da Superintendência Regional de Saúde. O investimento previsto é da ordem de R$ 883,6 mil.
Montes Claros, por ter população superior a 100 mil habitantes está sendo contemplado com a disponibilização de R$ 479,3 mil para a contratação do serviço de drones para o enfrentamento às arboviroses. Já o município de Januária terá investimento de R$ 115,2 mil, levando em conta critérios populacionais e de hectares urbanos.
Outros R$ 477,9 mil são destinados a consórcio que atenderá 24 municípios da Gerência Regional de Saúde (GRS) de Januária; e R$ 304,7 mil é destinado a consórcio que atenderá sete municípios da GRS de Pirapora.
Nesta segunda e terça-feira, 9 e 10 de dezembro, os trabalhos foram iniciados em Bocaiúva, Guaraciama e Joaquim Felício. Até o dia 17 deste mês duas equipes da Aero Engenharia vão mapear áreas em outros 18 municípios selecionados como prioritários, pela Superintendência Regional de Saúde, por apresentarem alta incidência de proliferação do Aedes: Engenheiro Navarro; Coração de Jesus; São João da Lagoa; Grão Mogol; Rubelita; Salinas; Curral de Dentro; Taiobeiras; Ninheira; São João do Paraíso; Rio Pardo de Minas; Espinosa; Mamonas; Jaíba; Verdelândia; Janaúba; Porteirinha; Riacho dos Machados.
RESULTADOS
Em reunião realizada em novembro na fase de planejamento das ações no Norte de Minas, o diretor executivo da Aero Engenharia, Cláudio Ribeiro, observou que “o enfrentamento às arboviroses tem se tornado um desafio para os gestores municipais e, a introdução de novas tecnologias na identificação de focos de proliferação do Aedes aegypti constitui uma ferramenta a mais de apoio ao trabalho dos agentes de controle de endemias. Com a utilização de drones no mapeamento de áreas normalmente problemáticas com relação à transmissão de arboviroses, os gestores municipais vão aumentar a capacidade de resposta na eliminação de focos do mosquito”, prevê o diretor.
Por sua vez, Renato Mafra, diretor operacional da Aero Engenharia, observou que “a tecnologia dos drones amplifica a capacidade de resposta dos municípios na identificação de criadouros do mosquito em imóveis fechados; locais de difícil acesso; caixas d’água sem tampa e locais de acúmulo de lixo. Com dados mapeados e identificados por meio de vídeos e fotografias, os municípios passam a ter condições de planejar de forma consistente as ações e os locais onde devem ser concentrados os esforços para eliminação de focos de proliferação do Aedes aegypti. Além disso, a notificação dos proprietários dos imóveis será mais assertiva, por meio da comprovação da ocorrência de problemas por meio de fotos e vídeos”.
Já Fabrício Gonçalves Ferreira, coordenador das ações de enfrentamento ao Aedes aegypti no município de Bocaiúva avalia que “a utilização de drones traz nova perspectiva para a eliminação do mosquito, pois teremos condições de identificar focos em locais até então inacessíveis. Certamente isso contribuirá para reduzirmos a incidência das arboviroses, o que ainda é um sério problema que todos os anos os municípios enfrentam”.
Em Bocaiúva as áreas mapeadas por drones e que apresentam maior incidência de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti foram o centro e os bairros Bonfim e Nossa Senhora Aparecida.
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