DECEMBER 9, 2022

Campanha Estadual de Multivacinação começa segunda-feira com foco em crianças e adolescentes

Até o dia 29 de novembro o público alvo que precisa ter a caderneta de vacinação avaliada e, se for o caso, tomar vacinas que estão em atraso, é constituído por crianças e adolescentes que ainda não completaram 15 anos

Foto: Pedro Ricardo/SRS Montes Claros

Com um cenário de queda gradativa de vacinação de crianças menores de um ano e de um ano de idade, verificado entre 2015 e 2023, a partir de segunda-feira, 4 de novembro, a Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG) realiza a Campanha Estadual de Multivacinação. Até o dia 29 de novembro o público alvo que precisa ter a caderneta de vacinação avaliada e, se for o caso, tomar vacinas que estão em atraso, é constituído por crianças e adolescentes que ainda não completaram 15 anos.

“A heterogeneidade observada nas coberturas vacinais, especialmente nos últimos seis anos, contribuiu para a reintrodução do vírus do sarampo no país e pode resultar no recrudescimento de outras doenças imunopreveníveis. Tal cenário demanda a implementação de estratégias adicionais voltadas ao resgate da vacinação de pessoas que ainda não foram imunizadas”, alerta a SES-MG por meio de Nota Técnica repassada aos 853 municípios do estado, com orientações sobre a realização da Campanha de Multivacinação.

Ainda segundo a Secretaria de Estado da Saúde, “diante dos desafios globais, com novos agentes patogênicos e o ressurgimento de antigos, o fortalecimento das campanhas de vacinação é essencial para proteger a população e prevenir a ocorrência de surtos. A relevância dessa iniciativa vai além da proteção individual, pois desempenha um papel fundamental na proteção coletiva”.

A preocupação da SES-MG leva em conta o fato de que em 2020 e 2021 “o estado de Minas Gerais não atingiu as metas estabelecidas pelo Ministério da Saúde para nenhuma das vacinas administradas em crianças menores de um ano e com um ano de idade. Em 2022 e 2023 observou-se uma leve recuperação nas coberturas vacinais, embora abaixo do esperado. A única vacina que alcançou 95,64% das crianças foi a BCG. As demais vacinas tiveram cobertura variável entre 68,22% (tríplice viral segunda dose) e 87,11% (tríplice viral primeira dose)

Ainda de acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde, em 2023 a vacina meningocócica conjugada C obteve uma cobertura de 97,01%, enquanto as demais vacinas permaneceram abaixo da meta de 95% do público alvo, com coberturas variando de 74,23% (tríplice viral segunda dose) a 90,10% (tríplice viral primeira dose).

Por esse motivo, a SES-MG destaca que durante a Campanha Estadual de Multivacinação, com o “Dia D” de mobilização da sociedade marcado para 23 de novembro, “é essencial que os municípios intensifiquem seus esforços para vacinar crianças e adolescentes que estejam com esquemas vacinais incompletos ou que ainda não tenham recebido vacinas recomendadas”.

NORTE DE MINAS

Agna Soares da Silva Menezes, coordenadora de vigilância em saúde na Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros explica que para a realização da Campanha Estadual de Multivacinação foram disponibilizados diferentes tipos de vacinas para completar os estoques já existentes nos municípios e, com isso, viabilizar o atendimento de demandas de pais ou responsáveis que levarem crianças e adolescentes às unidades de saúde.

Por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) estarão sendo disponibilizadas gratuitamente imunizantes para a prevenção contra diversas doenças: BCG; Febre Amarela; Tríplice Viral (sarampo, caxumba e rubéola); Hepatite A; Hepatite B; Poliomielite inativada; dT (vacina adsorvida difteria e tétano adulto); Pentavalente; Rotavírus; Pneumocócica 10; Meningocócica ACWY; HPV Papilomavírus Humano e vacina contra a Covid-19.

Assim como no ano passado, no Norte de Minas a estimativa é de que a Campanha contemple a atualização de cadernetas de vacinação de um público estimado em mais de 336,9 mil crianças e adolescentes residentes em 86 municípios que compõem a macrorregião de saúde. Mais de 219,8 mil crianças e adolescentes moram em 54 municípios da área de atuação da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros.

ESTRATÉGIAS

Para o alcance do maior número possível de crianças e adolescentes, Agna Menezes recomenda aos municípios a mobilização dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) visando a busca ativa do público alvo; a integração das atividades de vacinação com o Programa Saúde na Escola, com o objetivo de promover e fortalecer ações de educação que abordem a importância da vacinação, além do esclarecimento de dúvidas no ambiente escolar.

“A Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais também recomenda que, caso necessário, os municípios realizem a Campanha de Multivacinação em escolas, mediante aprovação dos representantes da comunidade escolar. A iniciativa deve levar em conta a análise intersetorial da situação vacinal e sociodemográfica do território”, observa a coordenadora de vigilância em saúde.

Assim como em outras campanhas de imunização, além da abertura de outros postos de vacinação fixos ou volantes nas zonas urbanas e rurais, os municípios devem manter o funcionamento das salas de vacinação durante todo o horário de atendimento das unidades de saúde, incluindo o período do almoço e os finais de semana. O objetivo é facilitar o acesso dos pais e responsáveis por crianças e adolescentes que, devido ao trabalho, não têm disponibilidade de tempo nos horários normais de funcionamento das unidades de saúde.

Outra recomendação repassada aos municípios é a utilização de vacimóveis para a realização da Campanha fora das unidades de saúde e em comunidades rurais. Também é recomendado o aproveitamento de oportunidades como consultas ou outros atendimentos nas unidades de saúde para verificar a situação vacinal de crianças e adolescentes. Caso necessário, elas devem ser encaminhadas às salas de vacina para atualização das cadernetas.

Além disso, as equipes de saúde também devem reconhecer a população em vulnerabilidade de seu território e adjacências e atuar preventivamente com foco em migrantes; itinerantes; pessoas em situação de rua; em privação de liberdade, quilombolas, entre outros.

 

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