DECEMBER 9, 2022


Campanha de vacinação antirrábica começa dia 1º

Mais de 258 mil cães e gatos devem ser vacinados em 54 municípios da SRS de Montes Claros

Foto Pedro Ricardo/SRS de Montes Claros

A Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros – (SRS) iniciou na última quarta-feira, 19, o repasse de 282 mil doses de vacinas para 54 municípios que integram a sua área de jurisdição, com o objetivo de viabilizar a realização da campanha de vacinação antirrábica a partir de 1º de julho. Neste ano a estimativa é de que mais de 258 mil animais sejam vacinados.

A referência técnica da Coordenadoria de Vigilância em Saúde, Ildeni Meireles Barbosa explica que “assim como nos anos anteriores, o quantitativo de animais a serem vacinados tem acréscimo de 5% em relação ao ano anterior. A partir do início da vacinação, os municípios têm prazo de 45 dias para concluir os trabalhos nas zonas urbanas e rurais”.

Os municípios que tem previsão de vacinar o maior número de cães e gatos são: Montes Claros (57.837 animais); Bocaiúva (12.547); Janaúba (12.923); Francisco Sá (11.889); Rio Pardo de Minas (9.753); Porteirinha (9.144); Jaíba (8.908); Espinosa (8.042); Salinas (7.359); Taiobeiras (6.839); Coração de Jesus (6.506); São João do Paraíso (5.731) e Grão Mogol (5.044).

As localidades que comunicaram à Superintendência Regional de Saúde o início da campanha de vacinação na primeira semana de julho foram: Bocaiúva; Catuti; Coração de Jesus; Curral de Dentro; Espinosa; Francisco Sá; Fruta de Leite; Gameleiras; Itacambira; Jaíba; Janaúba; Jequitaí; Joaquim Felício; Juramento; Matias Cardoso; Mato Verde; Montezuma; Ninheira; Novorizonte; Olhos D´Água; Padre Carvalho; Riacho dos Machados; Rio Pardo de Minas; Rubelita; Santa Cruz de Salinas; São João da Lagoa; São João do Pacuí; São João do Paraíso; Serranópolis de Minas; Taiobeiras e Verdelândia.

A DOENÇA

A raiva é uma doença infecciosa, viral e aguda que acomete mamíferos, inclusive o homem. Se caracteriza como uma encefalite progressiva com letalidade de aproximadamente 100%.

“Trata-se de uma doença passível de eliminação no seu ciclo urbano pela vacinação de cães e gatos, além da existência de medidas eficientes de prevenção, como a imunização humana; a disponibilização de soro antirrábico humano e a realização de bloqueios de focos”, observa Agna Soares da Silva Menezes, coordenadora de vigilância em saúde da SRS de Montes Claros.

A doença é transmitida ao homem pela saliva de animais infectados, principalmente por meio da mordedura. A doença também pode ser transmitida pela arranhadura ou lambedura desses animais, incluindo morcegos.

O período de incubação é variável entre as espécies, desde dias até anos, com uma média de 45 dias no ser humano, podendo ser mais curto em crianças. Nos cães e gatos a eliminação de vírus pela saliva ocorre de dois a cinco dias antes do aparecimento dos sinais clínicos e persiste durante toda a evolução da doença (período de transmissibilidade). A morte do animal acontece, em média, entre cinco e sete dias após a apresentação dos sintomas.

Não se sabe ao certo qual o período de transmissibilidade do vírus em animais silvestres. Entretanto, sabe-se que os morcegos podem albergar o vírus por longo período, sem sintomatologia aparente.

SINTOMAS

Após o período de incubação, surgem os sinais e sintomas clínicos inespecíficos da raiva, que duram em média de dois a dez dias. Nesse período, o paciente apresenta mal-estar geral; pequeno aumento de temperatura; anorexia; cefaleia; náuseas; dor de garganta; entorpecimento; irritabilidade; inquietude e sensação de angústia.

Podem ocorrer inchaço, aumento da sensibilidade ao tato ou à dor, frio, calor, formigamento, agulhadas, adormecimento ou pressão no trajeto de nervos periféricos, próximos ao local da mordedura e alterações de comportamento.

A infecção da raiva progride, surgindo manifestações mais graves e complicadas, como: ansiedade e hiperexcitabilidade crescentes; febre; delírios; espasmos musculares involuntários, generalizados ou convulsões.

Espasmos dos músculos da laringe, faringe e língua ocorrem quando o paciente vê ou tenta ingerir líquido, apresentando sialorreia intensa (hidrofobia). Os espasmos musculares evoluem para um quadro de paralisia, levando a alterações cardiorrespiratórias, retenção urinária e obstipação intestinal. Observa-se, ainda, a presença de disfagia, aerofobia, hiperacusia e fotofobia.

O paciente se mantém consciente, com período de alucinações, até a instalação de quadro comatoso e a evolução para óbito. O período de evolução do quadro clínico, depois de instalados os sinais e sintomas até o óbito é, em geral, de dois a sete dias.

TRATAMENTO

A confirmação laboratorial em vida, ou seja, o diagnóstico dos casos de raiva humana, pode ser realizada pelo método de imunofluorescência direta, em impressão de córnea, raspado de mucosa lingual ou por biópsia de pele da região cervical.

A sensibilidade dessas provas é limitada e, quando negativas, não se pode excluir a possibilidade de infecção. A realização da autópsia é de extrema importância para a confirmação diagnóstica.

A raiva é uma doença quase sempre fatal, para a qual a melhor medida de prevenção é a vacinação pré ou pós exposição ao vírus. Quando a profilaxia antirrábica não ocorre e a doença se instala, pode-se utilizar um protocolo de tratamento da raiva humana, baseado na indução de coma profundo, uso de antivirais e outros medicamentos específicos. Entretanto, é importante salientar que nem todos os pacientes de raiva, mesmo submetidos ao protocolo sobrevivem.

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