Uma nova opção de cultivo pode surgir para produtores do Norte de Minas. É o que aponta preliminarmente um experimento realizado pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais – EPAMIG – no campus da Universidade Federal de Minas Gerais em Montes Claros. Numa área de 2,5 hectares, dentro da fazenda experimental da Universidade, foram semeados 21 tipos de cereais de inverno: 19 trigos e 2 triticales, um cereal híbrido resultado da hibridação de duas espécies distintas, o trigo (Triticum aestivum L.) e o centeio. O trabalho, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), busca coletar dados sobre o desempenho e adaptabilidade das cultivares de trigo para a região do Norte do estado, e terá alguns de seus resultados iniciais divulgados ao longo de um dia de campo que será realizado no dia sete de agosto, a partir das 7h e 30min na UFMG em Montes Claros.
Cultivo de trigo no semiárido
Devido às condições climáticas da região, o experimento será realizado com irrigação. O período do ano para o plantio também foi levado em conta. A atividade tem início quando as temperaturas começam a cair no Norte de Minas. “Além da limitação hídrica, temos também a limitação térmica. Então, se um produtor for trabalhar um dia com trigo, ele tem que semear em abril ou maio, porque temos temperatura mais baixa para conseguir desenvolver. E a quantidade de água necessária é muito menor quando comparada com milho, soja ou sorgo”, detalha o professor Carlos Juliano Brant, um dos responsáveis pelo acompanhamento do experimento na região.
Benefícios para o produtor rural
O trigo tem surgido como uma cultura promissora em várias regiões de Minas Gerais, graças à resistência ao calor e ao déficit hídrico apresentada por algumas cultivares. Outro benefício desse cereal é que ele pode ser utilizado tanto para produção de grãos quanto para alimentação de animais, oferecendo diferentes alternativas de renda para produtores rurais.
No dia de campo será possível mostrar aos produtores da região os benefícios trazidos pelo cultivo do trigo durante a entressafra do milho. “Graças à rotação de culturas, o cultivo do trigo quebra o ciclo de algumas pragas, protege o solo, diminui custos de produção, gera novas possibilidades de renda e ainda pode servir de alimento para os animais”, destaca o pesquisador da EPAMIG Oeste, e um dos organizadores do evento, Maurício Antônio Coelho.
Dia de campo
Ao longo da programação, os participantes poderão conferir, em cinco estações montadas, temas sobre o manejo do trigo para produção de silagem, estudos sobre sua qualidade e produtividade. Os presentes também poderão conhecer as Unidades Demonstrativas implantadas pela EPAMIG em parceria com a UFMG, que integram um projeto de pesquisa sobre o trigo como estratégia para enfrentamento às mudanças climáticas e para sequestro de carbono, uma vez que o trigo fixa mais carbono do que emite durante o seu ciclo produtivo. As inscrições gratuitas serão realizadas no local do evento e haverá certificado de participação para aqueles que se interessarem. Mais informações pelo email carlosjuliano@ufmg.br.
O dia de campo é realizado pelo Instituto de Ciências Agrárias da UFMG, EPAMIG e Emater.
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