DECEMBER 9, 2022

Gerente de banco é presa suspeita de integrar quadrilha que fraudava transferência de veículos

A Polícia Civil apurou que os laranjas eram, quase sempre, pessoas sem recursos financeiros, a maioria analfabetos, trazidos do Norte de Minas para a capital.

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Entre os presos, está o homem apontado como líder da organização criminosa e uma ex-gerente de um banco, que teria facilitado as fraudes e foi demitida após o início das investigações. Foto: Divulgação/PCMG

Cinco pessoas foram presas e 30 mandados de buscas e apreensão  foram cumpridos em ação da Polícia Civil de Minas durante investigação de um complexo esquema de fraude envolvendo transferência de veículos nas cidades de Belo Horizonte, Engenheiro Navarro, Joaquim Felício, Montes Claros e Nova Lima.

A operação Ghost Truck, cujas investigações são conduzidas pela 5ª Delegacia Especializada em Investigação a Furto e Roubo de Veículos Automotores – que integra a Divisão Especializada em Prevenção e Investigação a Furto e Roubo de Veículos Automotores – culminaram com o sequestro judicial de R$ 15 milhões das contas dos envolvidos no esquema criminoso.

“Além disso, apreendemos 14 veículos, conseguimos o impedimento de outros 218 utilizados pelos investigados e de uma moto aquática, além do sequestro judicial de imóveis”, descreveu o delegado Domiciano Monteiro.

Três presos foram detidos em Belo Horizonte, outros dois em Engenheiro Navarro. Entre eles, está o homem apontado como líder da organização criminosa e uma ex-gerente de um banco, que teria facilitado as fraudes e foi demitida após o início das investigações.

Esquema

Conforme explica o delegado Leandro Macedo, da 5ª Delegacia Especializada em Investigação a Furto e Roubo de Veículos Automotores, as apurações tiveram início há aproximadamente um ano e meio. Os suspeitos criavam caminhões a partir de documentações forjadas com base em veículos que ainda estavam em montadoras, cooptavam laranjas para formação de empresas fantasmas e, ao falsear o capital dessas empresas, adquiriam crédito com instituições financeiras apresentando os supostos veículos como garantia de financiamento.

O dinheiro então era ocultado em esquemas de lavagem de dinheiro, com compra de imóveis ou de veículos legítimos. A Polícia Civil estima que o total de crédito ilícito obtido pelo grupo seja de aproximadamente R$ 100 milhões.

“Desde o início dos levantamentos, observamos que se tratava de um grupo altamente organizado e com nítida divisão de tarefas. Eles tinham o núcleo de liderança, que coordenava todas as operações e criava a documentação falsa dos caminhões; um núcleo operacional, responsável por cooptar os laranjas. A partir disso, o núcleo contábil adulterava a documentação das empresas criadas, inclusive falseando seu capital, e os caminhões, que não existiam, eram transferidos para essas empresas. Então, o núcleo bancário operava, facilitando a obtenção do crédito, gerando enorme prejuízo aos bancos”, detalhou o delegado Leandro Macedo.

A Polícia Civil apurou que os laranjas eram, quase sempre, pessoas sem recursos financeiros, a maioria analfabetos, trazidos do Norte de Minas para a capital, onde assinavam documentos em benefício dos investigados. Ao todo, 22 laranjas foram identificados e 40 empresas fantasmas descobertas pela PCMG.

 As investigações prosseguem para prisão de três integrantes da organização criminosa que estão foragidos e completa elucidação dos fatos.

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