A Polícia Civil divulgou nesta sexta-feira (26), durante coletiva de Imprensa, detalhes do laudo que concluiu que uma jovem de 21 anos cometeu um aborto e abandonou o feto em uma lixeira na última segunda-feira (22), em Montes Claros.
Câmeras de segurança filmaram o momento em que ela e o namorado deixaram o feto dentro de uma caixa de sapato, no bairro São José. Ela confessou para a polícia que teria adquirido um medicamento abortivo pela internet, por R$200,00. Disse ainda que não foi conduzida por ninguém, e que teria cometido o crime sozinha.
“Ela confessou a autoria, narrou todo contexto probatório, que vai ser analisado pela polícia. Se mostrou muito arrependida, estava muito abalada,claro que isso não muda em nada a cena criminosa, como explicamos, para ela, mas se mostrou muito arrependida. A gente precisa saber se tudo que ela disse é verdade, com perícias, provas técnicas, provas objetivas, outros depoimentos. As investigações já estão bem adiantadas, já foram realizadas as pericias e também depoimentos, inclusive desses dois jovens que foram identificados e se apresentaram para prestar esclarecimentos. Daí, esperamos a conclusão de outros laudos para apontar a existência de outros crimes também. Inicialmente, está sendo investigado o crime de aborto”, explicou o delegado Alberto Tenório Cavalcante Filho.
Ainda segundo o delegado, o feto foi encaminhado para Belo Horizonte, e lá as investigações devem continuar. Ele disse que, se for confirmado que o feto tinha mais de seis meses, a acusada também pode responder por outro crime.”As guias preliminares de perícia constatam a idade gestacional de 23 a 26 semanas. Contudo, após a confirmação exata, caso passe de 24 semanas, ela e o namorado poderão responder, ainda, por ocultação de cadáver. Todos os dois crimes tem pena de um a três anos. Já a pessoa que teria vendido o medicamento, caso tenha conhecimento do contexto fádico, de que o remédio tinha sido vendido para cometer o crime, também será responsabilizado como coautor ou partícipe”, destacou.
As análises feitas pela polícia descartaram a possibilidade de homicídio, pois segundo o delegado, o feto já nasceu morto. Essa conclusão fez com que a linha de investigação chegasse ao conclusão de aborto ao invés de homicídio.
“Foram realizadas diversas dirigências, a nível de investigação, já podemos indicar, por meio da perícia que foi realizada, é que o feto realmente não respirou, e se ele não respirou, os crimes que podem ser imputados a jovem se restringe de maneira muito considerável, ou seja, ela vai poder responder pelo aborto, não por homicídio”, concluiu o delegado.
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