No mês da consciência negra, o IFNMG celebra mais uma conquista em sua luta por uma educação emancipadora e antirracista: a aprovação do mestrado em Relações Étnico-Raciais e Ensino, junto à Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Trata-se de um mestrado acadêmico, intercultural, a ser ofertado de forma associada com a Unimontes (Universidade Estadual de Minas Gerais).
O projeto do mestrado segue, agora, para o Conselho Nacional de Educação para ser homologado e, depois disso, as duas instituições poderão lançar o edital de abertura para a primeira turma. A previsão é que isso aconteça no segundo semestre de 2025, de acordo como professor do IFNMG Johnisson Xavier Silva, que participou da elaboração do projeto recém-aprovado.
Missão
A missão do novo mestrado extrapola a oferta de conhecimentos acadêmicos, no sentido de contribuir para a compreensão, transformação e promoção da igualdade e justiça social em uma sociedade marcada por complexidades e desigualdades relacionadas a questões étnico-raciais, especificamente no Norte de Minas, região carente de formação continuada no âmbito do programa de pós-graduação.
Em sua missão está, também, o compromisso com a formação de profissionais aptos a atuar em diversas áreas, desde a academia até o serviço público, organizações não governamentais e empresas. Os estudantes serão capacitados para se tornarem agentes de mudança e sujeitos capazes de enfrentar os desafios persistentes relacionados a discriminação racial, preconceito e exclusão, desenvolvendo soluções inovadoras e colaborativas.
Além disso, a proposta é que os alunos construam, a partir do programa de mestrado, uma relação de pertencimento à territorialidade e de valorização da cultura (quilombola, indígena e afro-religiosa) dos povos tradicionais, em interface com a educação em espaços formais e não formais. A promoção da diversidade e da representatividade também é um elemento central da missão, pois busca garantir a inclusão de diversas vozes e perspectivas.
Essa proposta implica uma abordagem interdisciplinar, que combina teorias críticas, métodos de pesquisa inovadores e práticas voltadas para a promoção da equidade e da diversidade e métodos de ensino e práticas pedagógicas descolonizadoras. A pesquisa a ser realizada no programa deverá estar alinhada com uma perspectiva crítica que desafie as estruturas de poder e promova a inclusão.
Parceria
A proposta do mestrado em Relações Étnico-Raciais e Ensino foi articulada entre o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi) Central do IFNMG e o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab) da Unimontes, capitaneada pela Pró-reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação (Proppi) do Instituto. Houve a contribuições de professores das duas instituições para a escrito do projeto.
O mestrado contará com professores de ambas as instituições, sendo sete deles do IFNMG, todos com experiência em pesquisa acerca das relações étnico-raciais e ensino. O projeto propõe, inicialmente, aulas na Unimontes, em Montes Claros, mas o professor Johnisson explica que o mestrado associado prevê a circularidade dos usos dos ambientes acadêmicos.
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