CLI INSTAURADA
Está instaurada a Comissão Legislativa de Inquérito (CLI), a versão montes-clarense da CPI, que vai apurar o déficit superior a dois milhões de reais na Câmara Municipal de Montes Claros. O presidente Júnior Martins (PP), pela Lei Orgânica, não tinha a opção de não instaurar a CLI, proposta pela vereadora Iara Pimentel (PT), já que o pedido contou com 13 assinaturas, mais do que o número mínimo de oito, condição que impõe a instalação da Comissão. O presidente deverá indicar, num prazo de 48 horas a partir da manhã de hoje, quando foi lido o requerimento da CLI em plenário, os três vereadores que farão parte da direção dos trabalhos.
CLI INSTAURADA II
Nenhum dos 13 vereadores que assinaram o requerimento poderá compor a CLI. Os três componentes precisarão ser indicados entre os dez restantes, ou melhor, nove, já que o presidente não pode se autonomear. A indicação não é aleatória. Precisa respeitar o critério de proporcionalidade entre as bancadas de cada partido, cabendo às legendas com mais representantes na Câmara o direito prioritário de indicar parlamentares para a CLI. Após a conclusão dos trabalhos, será produzido um relatório com encaminhamentos que será votado em plenário, aí sim com a participação de todos os 23 vereadores. Dificilmente, contudo, os trabalhos serão concluídos na atual legislatura, pois resta pouco mais de um mês para o seu encerramento.
MUDOU O CLIMA
Nesta quinta-feira (21), a Câmara aprovou uma série de medidas de contenção de despesas, incluindo corte nos salários e benefícios, a fim de compensar o déficit nas contas. Mesmo a contragosto de vários vereadores, a decisão foi aprovada, por inevitável, caso contrário o ano legislativo seria fechado no vermelho. Contudo, o ambiente está tenso na Câmara Municipal e o clima para a eleição da próxima mesa diretora está mudando. Os grupos que se contrapõem na Casa já discutem a possibilidade de apresentação de um nome de consenso para a presidência, a fim de evitar a reeleição de Júnior Martins, que estaria desgastado com o episódio. Na bolsa de apostas, crescem os nomes de ex-presidentes da Câmara como possíveis candidatos de consenso, que precisarão agir como bombeiros para acalmar os ânimos que ficaram acirrados após longos oito anos de relativa calmaria.
NOVO PROCURADOR-GERAL
O governador Romeu Zema (Novo) nomeou o promotor Paulo de Tarso Morais Filho para o cargo de Procurador-Geral de Justiça de Minas Gerais. Ele substituirá o montes-clarense Jarbas Soares Júnior. A formação da lista tríplice para a função foi muito disputada. Paulo de Tarso ficou em segundo lugar com 659 votos, apenas um atrás do candidato Carlos André Bittencourt, que teve 660. Bittencourt, o mais votado, tinha o apoio de Jarbas, enquanto Paulo de Tarso foi apoiado pelo secretário de Estado da Casa Civil, Marcelo Aro, que acabou levando a melhor na disputa. É o procurador-geral de Justiça o responsável direto pela supervisão de investigações e ações contra membros do governo de Minas, Assembleia Legislativa e Judiciário estadual.
OTÁVIO SECRETÁRIO
Aposta forte nos bastidores da política montes-clarense dá conta de que o vice-prefeito eleito e ex-procurador-geral do Município, Otávio Rocha (PP), será nomeado secretário municipal por Guilherme Guimarães (União Brasil). Otávio, juntamente com Guilherme e Humberto Souto, formou, especialmente nos últimos quatro anos, depois da pandemia, o triunvirato que governou Montes Claros de fato. O natural seria ele ser procurador novamente, mas, como vice-prefeito, ele ficará, por lei, impedido de exercer a advocacia. Por isso, seu nome está sendo ventilado para secretarias estratégicas, onde poderia ter um papel de coordenação do governo como um todo, como Planejamento e Gestão ou Articulação Política. Há quem diga que ele pode ir para a Secretaria de Finanças ou mesmo para a de Infraestrutura, que foi o carro-chefe da gestão Humberto Souto.
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