A Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros – (SRS) formalizou, nesta sexta-feira (21), a assinatura de termo de compromisso do município de Montes Claros para o recebimento e utilização da vacina da Pfizer/BioNtech para imunização da população contra a Covid-19.
Segundo a SRS, nesta primeira fase a prioridade será a vacinação de gestantes e puérperas com comorbidades, uma vez que esse trabalho foi paralisado por orientação do Ministério da Saúde com a utilização da vacina CoronaVac.
A decisão da Secretaria Municipal da Saúde de Montes Claros foi tomada a partir de reunião realizada na manhã desta quinta, por meio de videoconferência envolvendo a Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais – (SES-MG), representantes das unidades regionais da SES-MG e da Pfizer, além de gestores de secretarias de saúde de 47 municípios que estão aptos para participar da primeira etapa de introdução e expansão da vacina da Pfizer no estado.
A previsão é de que a primeira remessa de 64.350 doses de vacinas seja repassada aos municípios na segunda-feira (24). Com isso, as cidades que formalizarem o termo de compromisso passarão a ter uma terceira opção de vacina contra a Covid-19, visto que já utilizam a CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan, em São Paulo, e a vacina da AstraZeneca/Universidade de Oxford, envasada pela Fundação Oswaldo Cruz – (Fiocruz), no Rio de Janeiro.
A iniciativa da SES-MG envolve 47 municípios de todas as regiões do Estado com população igual ou superior a 79 mil habitantes. Nesse contexto, com população estimada em 409 mil habitantes, Montes Claros é a única cidade do Norte de Minas que será contemplada com a implementação da primeira etapa de descentralização da distribuição de vacinas da Pfizer/BioNtech. A seleção e inserção dos 47 municípios para a primeira etapa de descentralização foi aprovada pela Comissão Intergestores Bipartite do Sistema Único de Saúde do Estado de Minas Gerais (CIB-SUS-MG), coordenada pelo secretário de Estado de saúde, Fábio Baccheretti.
Além de Montes Claros os 47 municípios selecionados são: Alfenas, Araguari, Araxá, Barbacena, Betim, Caratinga, Conselheiro Lafaiete, Contagem, Coronel Fabriciano, Curvelo, Divinópolis, Governador Valadares, Ibirité, Ipatinga, Itabira, Itajubá, Itaúna, Ituiutaba, João Monlevade, Juiz de Fora, Lavras, Manhuaçu, Muriaé, Nova Lima, Nova Serrana, Pará de Minas, Ribeirão das Neves, Sabará, Santa Luzia, São João del-Rei, Teófilo Otoni, Timóteo, Vespasiano, Passos, Paracatu, Patos de Minas, Patrocínio, Poços de Caldas, Pouso Alegre, Sete Lagoas, Três Corações, Ubá, Uberaba, Uberlândia, Unaí e Varginha.
Critérios
A coordenadora de vigilância em saúde da SRS de Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes explica que a decisão da SES-MG de descentralizar a distribuição da vacina da Pfizer/BioNtech leva em conta além do critério de municípios que possuem maior população, também o tempo de transporte dos imunizantes até essas localidades.
“As vacinas devem ser conservadas a temperaturas entre menos 80 graus a menos de 60 graus centígrados. Ao serem armazenadas a temperatura entre 2 e 8 graus centígrados as vacinas devem ser aplicadas na população num prazo de cinco dias. Desta forma, como os municípios maiores possuem maior quantidade de pessoas que integram os grupos prioritários de vacinação contra a Covid, a utilização das vacinas da Pfizer se torna viável pelo pouco espaço de tempo que podem ficar armazenadas em temperatura acima de zero graus”, frisa a coordenadora.
Além das diretrizes do Ministério da Saúde e de possuir população acima de 79 mil habitantes, os critérios estabelecidos para cada município receber o imunizante da Pfizer são: as cidades devem estar distantes, no máximo, 2h30 minutos da capital, por modal aéreo ou rodoviário (veículo refrigerado), a fim de ampliar a segurança da preservação da temperatura de transporte indicada (-15°C à -25°C), observada a estrutura atualmente disponível para logística.
As unidades de Saúde selecionadas deverão comprovar mecanismos de agendamento para vacinação. A lista de usuários indicados à vacinação deverá ser de duas vezes o total de vacinas disponibilizadas àquela unidade (lista de espera/contingencial). Além disso, as unidades de saúde selecionadas deverão agendar a vacinação, em no máximo quatro dias, de um total de pessoas compatível com o consumo de 100% das vacinas a serem recebidas.
O tempo de validade máximo após abertura do frasco, conservado entre 2 graus e 8 graus centigrados, é de seis horas. As unidades devem manter procedimentos orientados à utilização integral das seis doses por frasco no período de funcionamento da vacinação.
Outra recomendação que os municípios deverão seguir é a não realização da vacinação com a Pfizer/BioNtech fora das unidades de saúde, de forma que as condições de preparo e conservação estejam rigorosamente preservadas.
Propriedades da vacina
A vacina da Pfizer/BioNTech é baseada no RNA mensageiro, ou mRNA, que ajuda o organismo a gerar a imunidade contra o coronavírus. A ideia é que o mRNA sintético dê as instruções ao organismo para a produção de proteínas encontradas na superfície do vírus. Uma vez produzidas no organismo, essas proteínas estimulam a resposta do sistema imune resultando, assim, potencialmente em proteção para o indivíduo que recebeu a vacina.
Os resultados dos estudos de fase três, envolvendo mais de 44 mil voluntários e já publicados em revista científica, mostraram que globalmente a eficácia da vacina foi de 95%, com esquema de duas doses, num intervalo de 21 dias entre elas.
Na primeira quinzena deste mês o Ministério da Saúde informou estar garantida a entrega de 200 milhões de doses de vacinas da Pfizer/BioNtec até o fim deste ano. Em março, a pasta já havia adquirido 100 milhões de doses e, no dia 14 de maio formalizou a compra de mais 100 milhões de doses do imunizante.
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