Segundo informações do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o tabagismo tem relação com diversos tipos de câncer e é responsável por cerca de 90% das mortes por câncer de pulmão. No Brasil, 443 pessoas morrem a cada dia devido ao tabagismo.
Esse vício também é considerado a maior causa evitável de adoecimento e mortes precoces em todo o mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano.
Mais de 7 milhões dessas mortes são resultado do uso contínuo do tabaco, e cerca de 1,2 milhão de mortes são o resultado de não-fumantes expostos ao fumo passivo.
A oncologista Daiana Ferraz, da Cetus Oncologia, ressalta que as toxinas do cigarro, ao serem ingeridas e passarem pelo corpo, vão causando danos por muito tempo às células do organismo. Elas sofrem mutações e podem se transformar em células cancerosas.
“Fumantes passivos também possuem riscos de contrair não só o câncer como outras doenças do trato respiratório, por isso, a decisão de parar de fumar, deve ser tomada pensando na própria saúde e na das pessoas que fazem parte do convívio”, pondera.
Segundo Daiana, é importante ressaltar que fumar durante a radioterapia, por exemplo, prejudica a recuperação dos tecidos sadios, e isso, faz com que o paciente demande um tempo maior para melhorar após o tratamento. “Por esse motivo, é prudente que pacientes oncológicos abandonem o vício”, diz.
Parar de fumar é possível
A oncologista ressalta que parar de fumar é possível, mas, é preciso deixar de lado a vergonha e o medo de pedir ajuda. “O tratamento é multifatorial, então, é importante, por exemplo, a terapia em conjunto com diferentes profissionais da saúde, como psicólogos, pneumologistas, assistentes sociais. Juntos eles auxiliarão o paciente na conscientização sobre a dependência e mudança de hábitos”, explica.
Um dos modelos de tratamento mais utilizados é o de Prochaska e DiClemente, desenvolvido no final da década de 1970 pelos pesquisadores norte-americanos James Prochaska e Carlo Diclemente.
O estudo traz os estágios motivacionais que precisam ser superados por quem deseja eliminar vícios, dependências ou obsessões. As etapas do tratamento incluem pré-contemplação, contemplação, preparação para a ação, ação, manutenção e saída definitiva ou recaída. Caso haja recaída, o ciclo se inicia.
Cada um dos estágios possui uma definição e uma abordagem recomendada, dessa forma, o paciente passa por todas as etapas para enfim deixar o cigarro no passado. “É muito importante o apoio dos amigos e entes queridos, para que os pacientes que estão passando pelo processo se sintam determinados e encorajados a não desistir”, finaliza Daiana.
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