MÁRIO VICE
Notícia que vem de Belo Horizonte dá conta de que o deputado federal Mário Heringer, presidente estadual do PDT, pode ser vice na chapa da sua companheira de partido, a também deputada federal Duda Salabert, pré-candidata a prefeita da capital. Isso porque, até o momento, o PDT não conseguiu viabilizar o apoio de nenhum outro partido ao projeto de Duda. Outros partidos da esquerda, como a Federação REDE-PSOL, estão convergindo para a pré-candidatura do deputado federal Rogério Correia, do PT.
CORDÃO SANITÁRIO
Em Belo Horizonte, a ideia das forças progressistas seria ter no máximo duas candidaturas a prefeito no primeiro turno, no caso, a de Rogério Correia e a do atual chefe do executivo Fuad Noman (PSD). A que passasse para o segundo turno receberia o apoio da outra, formando o que eles chamam de cordão sanitário contra o avanço da extrema-direita em BH, que tem como pré-candidatos os deputados Mauro Tramonte (REPUBLICANOS), que lidera as pesquisas no momento, e Bruno Engler (PL). Duda Salabert, que em alguns levantamentos é o nome de esquerda melhor posicionado, insiste na candidatura própria, apesar do intenso assédio do PT para que ela componha com Rogério.
DOIS PDTS
Se o PDT de Belo Horizonte é claramente de esquerda, se inspirando na posição de Duda Salabert, que foi importante apoiadora de Lula no segundo turno das eleições presidenciais, o PDT de Montes Claros, que tem o jornalista e deputado federla interino Délio Pinheiro como pré-candidato a prefeito, tenta se posicionar ao centro, buscando, ao mesmo tempo, votos de lulistas e bolsonaristas. Ciro Gomes tentou fazer isso nas eleições presidenciais e terminou em quarto lugar, atrás até da novata Simone Tebet (MDB).
ALTO RISCO
Não se sabe o impacto que o debate nacional terá nas eleições municipais. O fato é que o Brasil nunca esteve tão polarizado quanto em 2024. Mas, com o prefeito Humberto Souto (CIDADANIA) com aprovação muito alta e tendo candidato, o PT de Lula tendo candidato, o PL de Bolsonaro tendo candidato, com Ruy Muniz, que tem posição consolidada junto aos milhares de colaboradores locais de suas empresas, também no páreo, a estratégia é um tanto arriscada, matematicamente falando. Montes Claros tem muitos eleitores, mais de 200 mil devem votar em outubro, mas será que o suficiente para sobrar voto para esse tanto de tendência em bom número?
MARCAR POSIÇÃO
A eleição 2024 marcará o fim da era Humberto Souto na Prefeitura. Mesmo que seu candidato, Guilherme Guimarães (UNIÃO), confirme seu favoritismo e venha a ser eleito, o jogo vai zerar a partir de janeiro de 2025 e o cenário, tanto para as eleições de 2026, como para as de 2028, ficará muito mais aberto do que esteve nos oito anos de protagonismo total de Humberto Souto na política local. Em função disso, todos os candidatos participantes do pleito executivo em 2024 devem pensar com visão de futuro. Um desempenho ruim pode ser um fator complicador para o futuro da carreira política. Tem eleição que você não ganha, mas marca posição para dar sequência na trajetória. Se essa posição for abaixo da crítica, a sequência fica comprometida.
MINISTROS EM MOC
Os ministros Waldez Goés (Desenvolvimento Regional) e Alexandre Silveira (Minas e Energia) estarão representando o presidente Lula nesta quarta-feira em Montes Claros na solenidade de assinatura do contrato das obras do Projeto Jequitaí, aguardado há mais de 40 anos pelos norte-mineiros. O evento será às 11 horas no Portal de Eventos e está sendo mobilizado pelo governo federal em parceria com a Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (AMAMS) e Codevasf. Deverão estar presentes pré-candidatos a prefeito e deputados aliados da base do governo federal, inclusive aqueles que só o são na hora do bônus, mas que se afastam de Lula ao menor ônus possível. Na hora do “venha a nós”, tudo é lindo. O problema é o “vosso reino”.
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