A Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros – (SRS) iniciou nesta quinta-feira, 23, o repasse de 17,4 mil doses de vacinas contra a poliomielite a 54 municípios que compõem a sua área de atuação. A Campanha Nacional de Vacinação contra a doença começa segunda-feira, 27 de maio, e prosseguirá até o dia 14 de junho. O dia “D” de divulgação nacional está marcado para o dia 8, visando mobilizar pais e responsáveis por crianças com idade inferior a cinco anos para a atualização do esquema vacinal. Em Minas Gerais o público estimado da campanha é de 1,4 milhão de crianças
A poliomielite é uma doença grave caracterizada por um quadro de paralisia flácida, causada pelo poliovírus selvagem (PVC) tipos 1, 2 ou 3, que em geral acomete os membros inferiores, de forma assimétrica e irreversível. Em Minas Gerais a estimativa é de que mais de 1,4 milhão de crianças devam atualizar o esquema vacinal.
Agna Soares da Silva Menezes, coordenadora de vigilância em saúde da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros, explica que a estratégia de vacinação é de fundamental importância para a redução do risco de reintrodução do poliovírus no país.
“Para alcançar a meta de vacinar 95% das crianças com menos de cinco anos de idade, os municípios devem adotar diversas estratégias visando a redução dos bolsões de não vacinados, aumento das coberturas vacinais e homogeneidade. Os profissionais das secretarias municipais de saúde conhecem a realidade dos territórios onde trabalham e, por isso devem adotar as estratégias mais adequadas para alcançar as crianças que precisam ser vacinadas”, observa a coordenadora.
Para obtenção de maior envolvimento da sociedade na Campanha de Vacinação “os municípios devem articular ações com os conselhos municipais de saúde e de educação, lideranças comunitárias, associações e líderes religiosos com o objetivo de planejar a vacinação fora das unidades de saúde, a exemplo de creches e escolas. A ampliação dos pontos de vacinação e o funcionamento em horário estendido e aos finais de semana também são outras estratégias recomendadas”, pontua Agna Menezes.
Para viabilizar a realização da Campanha de Vacinação a Superintendência Regional de Saúde está disponibilizando mais de 17,4 mil doses de imunizantes para os 54 municípios que compõem a sua área de atuação. A referência técnica de imunização, Angra Camila Alves Pereira Andrade explica que o repasse das vacinas atende solicitações dos municípios para complemento dos estoques já existentes. Com isso, as localidades que estão recebendo maiores quantidades são: Montes Claros (3 mil doses); Janaúba (1 mil); Porteirinha e Rio Pardo de Minas (925 doses para cada município); Salinas (775); Jaíba (700); Bocaiúva (650); Monte Azul e Espinosa (575 doses para cada localidade); Coração de Jesus, Mirabela e São João do Paraíso (500 doses para cada município).
Durante a Campanha os municípios deverão viabilizar o registro das vacinas aplicadas de forma nominal, com a utilização do Cartão Nacional de Saúde (CNS) ou o Cadastro de Pessoa Física (CPF) da criança. As informações serão enviadas para a Rede Nacional de Dados de Saúde – (RNDS) e serão disponibilizados relatórios para uso de profissionais e gestores das três esferas de governo (União, estados e municípios), além de inserção dos dados na Carteira Nacional de Vacinação Digital da criança.
ALERTA
Dados do Ministério da Saúde apontam que que desde 2016 as coberturas vacinais têm apresentado uma queda progressiva em todos os estados, não alcançando percentuais maiores ou iguais a 95% do público alvo. Em Minas Gerais, por exemplo, a cobertura vacinal alcançada em 2023 ficou em 87,50%.
Enquanto no ano passado as coberturas vacinais ficaram abaixo da meta preconizada pelo Ministério da Saúde, no cenário global da poliomielite existem atualmente dois países endêmicos: Paquistão e Afeganistão. Dados da Organização Mundial da Saúde – (OMS) apontam que entre 1º de janeiro de 2023 a abril deste ano foram confirmados 13 casos de poliomielite causados pelo poliovirus selvagem, sendo seis casos no Afeganistão e sete no Paquistão.
O último caso de poliomielite no Brasil ocorreu em 1989 e, em 1994 o país recebeu a certificação de área livre da circulação do poliovirus selvagem. “No entanto, em 2023 o país foi classificado pela Comissão Regional para a Certificação da Erradicação da Poliomielite na Região das Américas, como de alto risco para a reintrodução do poliovirus selvagem, considerando o desempenho das coberturas vacinais”, alerta o Ministério da Saúde.
A pasta avalia que “a realização da Campanha neste momento é de suma importância, uma vez que o país se encontra em processo de transição para a substituição das duas doses de reforço da vacina oral poliomielite (VOP) para um reforço com a vacina inativada poliomielite (VIP). Essa medida será adotada no segundo semestre de 2024, quando o esquema vacinal e a dose de reforço serão feitos exclusivamente com a VIP.
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