Daqui três anos, quando concluir os estudos, a estudante Amanda Rodrigues, de 15 anos, hoje no primeiro ano do ensino médio, pretende investir o dinheiro do programa Pé-de-Meia, do governo federal, em cursos profissionalizantes. O incentivo financeiro será dado aos estudantes matriculados por cada mês de presença nas escolas.
“Pretendo cursar medicina na UFMG, mas esse dinheiro quero investir na minha educação. Até estou em busca de emprego, pois quero fazer um curso por agora”, almeja.
A estudante faz parte dos 190 mil alunos da rede pública de ensino de Minas Gerais que podem participar do incentivo que vai dar R$ 200 a cada mês de estudo, além de R$ 1.000 ao final de cada ano. Alunos que prestarem o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ainda receberão R$ 200. Ao final dos três anos, caso não seja feito o saque do valor mensal, cada aluno terá R$ 9.200.
“Achei uma ótima ideia esse programa. Tenho vários conhecidos que falaram que esses R$ 200 vão ser um incentivo para eles continuarem na escola”, pontou.
O programa foi criado em janeiro deste ano. Nesta terça-feira (19), uma cerimônia entre o governo do Estado e o ministro da Educação, Camilo Santana, marcou a adesão de Minas Gerais ao benefício. O bônus de matrícula, também de R$ 200, tem previsão de ser pago em parcela única a partir do dia 26 de março. A data de pagamento depende do mês de aniversário do aluno.
“Nosso desejo é acabar com a evasão do ensino médio brasileiro. Claro que essa é uma política que se conecta com outras políticas. Hoje, 480 mil alunos, aproximadamente, dados do último Censo, saíram da escola em um ano, seja no primeiro, no segundo ou no terceiro ano do ensino médio. Ou seja, nós perdemos quase meio milhão de estudantes em um ano no Brasil. Esse número significa que precisamos fazer algo forte para evitar isso. Por isso, se justifica um programa como Pé-de-Meia”, justifica o chefe da pasta.
Não há necessidade de inscrição ao programa, porém, apenas alunos de baixa renda, inscritos no Bolsa-Família e no CadÚnico do governo federal poderão participar. Também não há necessidade de ir à Caixa Econômica Federal (CEF) para a abertura da conta.
Educação e trabalho
Na cerimônia na Cidade Administrativa, além do ministro Camilo Santana, estiveram presentes o governador Romeu Zema; o secretário de Estado de Educação, Igor Alvarenga; autoridades e representantes de entidades estudantis, além de cerca de 300 alunos da rede pública da região metropolitana.
“Em Minas, nós temos fortalecido o ensino médio. Temos hoje a rede de ensino profissionalizante do Brasil. Já formamos mais de 40 mil jovens no programa Trilhas de Futuro, e estamos, neste momento, com mais de 110 mil alunos, fazendo mais de 90 cursos em escolas particulares, onde o Estado paga mensalidade e também dá auxílio à alimentação e de transporte, de R$ 20, todos os dias”, pontuou o governador Romeu Zema.
O governador ainda afirmou que o mercado de trabalho em Minas Gerais está aquecido, mas que tem como meta, até o final da gestão (2026), criar mais de 1 milhão de vagas de carteira assinada.
“Muitas vezes temos como gargalo, a falta de pessoa qualificada, capacitada. Então, nossos programas profissionalizantes visam ter uma geração de estudantes mais preparada”, completou.
De olho no futuro
Já no terceiro ano do ensino médio, Deivison Samuel de Oliveira, de 16 anos, disse que tem procurado emprego, mas ainda não conseguiu nenhuma vaga. Segundo ele, vai dar ânimo para investir na carreira profissional.
“Eu não pretendia estudar depois de concluir o ensino médio, mas minha mãe disse que seria importante. Então, agora acho que vou tentar o Enem e cursar administração”, disse.
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