DECEMBER 9, 2022


Metade das mortes por dengue em Minas é de ‘gente saudável’

Dados do Estado mostram que praticamente 50% dos óbitos são de pessoas sem comorbidade

Foto: Divulgação/SES-MG

Metade dos mineiros que perderam a vida após contrair a dengue não tinham comorbidades. Eram pessoas saudáveis, sem qualquer condição capaz de potencializar os riscos da doença. Esses óbitos reforçam o alerta geral em meio à epidemia, que se alastra cada vez mais pelo Estado.

Conforme os dados da última sexta-feira, fornecidos pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-MG), dos 39 óbitos confirmados no território mineiro, 19 são de pessoas sem doença crônica. Para especialistas, a situação comprova que o risco de morte é comum a todos.

Segundo o infectologista Carlos Starling, especialista na área e que integrou o Comitê de Combate à Covid-19 em BH, uma das explicações para o elevado número de mortes de pessoas sem comorbidade é a reincidência da dengue.

Conforme o médico, quem já teve a doença transmitida pelo Aedes, mesmo sem problemas de saúde, tem mais chances de desenvolver a forma grave.

“Pessoas que já tiveram dengue estão mais suscetíveis, e quando elas são expostas novamente têm possibilidade de desenvolver uma síndrome de resposta inflamatória sistêmica. Independentemente de quando ela teve a primeira infecção, a próxima pode ser mais graves”, explica.

Comorbidade

Carlos Starling, no entanto, reforça a necessidade de cuidados redobrados para as pessoas com comorbidades. Ele cita grupos ainda mais vulneráveis, como os portadoras de insuficiência renal, imunossuprimidos, pacientes em tratamento de quimioterapia, grávidas, portadores de doenças hematológicas, hipertensos e diabéticos

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