Minas Gerais registrou, apenas na última semana, quase 16 mil casos confirmados de dengue. Isso equivale, em média, a um diagnóstico da doença a cada minuto. Os dados estão no boletim epidemiológico atualizado nesta segunda-feira (5) pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG).
Os casos confirmados da doença tiveram alta de 67% entre os dois últimos boletins (o desta segunda e o do dia 29 de janeiro), passando de 23.389 para 39.282. Os óbitos em investigação saltaram de 35 para 62 no período – um crescimento de 77%.
Mortes
O Estado registra oficialmente sete mortes pela doença – nas cidades de Arceburgo, Belo Horizonte, Lagoa Santa, Monte Belo, Ribeirão das Neves, Sarzedo e Sete Lagoas. O levantamento ainda não traz três mortes confirmadas recentemente pelas prefeituras de BH, Betim e Barbacena.
Epidemia
No sábado (3), a SES-MG informou que Minas já vive uma epidemia de dengue. As notificações (casos prováveis) da doença por 100 mil habitantes mais que triplicaram nas últimas três semanas no Estado. No boletim de 22 de janeiro, essa taxa ficava em 161 por 100 mil. O índice saltou para 323 por 100 mil em 29 de janeiro. E, segundo o boletim mais recente, divulgado nesta segunda (5), para 555 casos por 100 mil habitantes.
No dia 27 de janeiro, o governo de Minas decretou situação de emergência devido ao aumento dos casos de dengue e chikungunya. A determinação permite que o governo acelere os processos para a aquisição de insumos e materiais para o tratamento médico dos pacientes.
‘Cenário preocupante’
O cenário é “definitivamente preocupante”, de acordo com o infectologista Leandro Curi. A realidade hoje é de uma curva de ascensão alta, que tende a continuar dessa forma até chegar ao pico – que pode ser em março, segundo o especialista e como o próprio governo de Minas já disse. Procurada, a SES-MG não tinha dado seu posicionamento até o fechamento desta matéria. O espaço está aberto para a resposta.
Por ora, diz Curi, uma das ações mais eficientes é “evitar a picada” – com o uso de repelentes –, pois os mosquitos contaminados já estão por aí. O “dever de casa”, ressalta ele, deveria ter sido feito antes. “A gente ainda não chegou ao pico, portanto é esperado um aumento dos casos nas próximas semanas. Sempre repito isso: o combate à dengue é durante todo o ano. No período da chuva, como agora, muitas vezes já é tarde demais”, diz Curi.
Conscientização
Para o infectologista, é necessário que os órgãos públicos trabalhem na conscientização da população. É preciso, durante todo o ano, evitar água parada e limpar piscinas, calhas e pneus, antes que os ovos eclodam.
“O mosquito deposita centenas de ovos, e não dá para competir com eles já adultos. Agora, além da limpeza que tem que ser feita constantemente, é evitar a picada, com o uso de spray à base de icaridina e de mosquiteiros, por exemplo”, diz ele.
O Carnaval no próximo fim de semana também é um fator que preocupa e mais um chamado ao repelente, segundo Curi. “O trânsito de pessoas pode levar a mais gente infectada. O uso do repelente é muito importante”, afirma.
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