A bancada do Norte, composta por sete deputados estaduais da região, enviou ao governo estadual dois ofícios que atendem às demandas dos municípios norte-mineiros. A primeira solicitação diz respeito a aplicação de mais recursos para o sistema de saúde, que beira ao colapso e tem registrado superlotação dos hospitais.
Os documentos foram resultado de uma reunião virtual, ocorrida na última quarta-feira (17), entre os deputados estaduais Tadeu Martins Leite (MDB), Leninha (PT), Virgílio Guimarães (PT), Arlen Santiago (PTB), Zé Reis (PSD), Gil Pereira (PSD) e Carlos Pimenta (PTB).
O coordenador da bancada do Norte, Tadeu Martins Leite, ressaltou sobre a necessidade de unir forças entre os representantes da região para tentar amenizar o impacto causado pela pandemia.
Desde o início do nosso mandato, nós nos reunimos com frequência para discutir os temas da região. Sempre falo que cada um tem sua autonomia, tem suas bandeiras e lutas. Mas, coletivamente nós temos que trabalhar em um mesmo rumo, para o mesmo lado dos principais temas. Nesta última, os dois principais foram sobre o combate ao Coronavírus. Nós pedimos ao governo investimentos, em especial ajuda para a compra de insumos médico-hospitalares, que devido a alta demanda, vem faltando esses materiais como no Brasil todo. Também solicitamos a contratação de mais profissionais para o Hospital Universitário Clemente de Faria, o que possibilita novos leitos em funcionamento e ajuda desafogar os municípios da região. Ainda na área da saúde, pedimos tomógrafos para as UTI’s nas cidades de Janaúba, Salinas e Brasília de Minas”, pontua.
Além disso, Tadeu explica que outra preocupação levantada pelos deputados foi o anúncio de aumento no valor do pedágio na BR-135. Na última terça, a concessionária que administra a rodovia, comunicou a nova cobrança. Cinco praças entre as cidades de Montes Claros e Curvelo, além de um posto na LMG- 754, próximo a Cordisburgo, terão o preço reajustado: R$ 8,00 para veículos de passeio ; R$ 8,00 para veículos comerciais por eixo; e R$ para motos.
O tema do pedágio foi abordado com um tom de indignação por parte dos deputados. Nós entendemos, primeiro, que ele é absurdo. Não só pelo alto valor, mas também pelo momento que estamos vivendo. Pois além dos problemas de saúde pública, também traz problemas econômicos. Tem muita gente perdendo seu emprego, vários outros com dificuldade de colocar comida na mesa. Nós não podemos aceitar que a concessionária dê um aumento assim, nesse momento tão crítico que estamos vivendo. Fizemos uma exigência ao estado, para que ele possa intermediar junto a concessionária esse pedido da bancada do Norte, dos sete deputados, para que não haja aumento da tarifa do pedágio que já é um dos mais caros no estado de Minas Gerais”.
Para o coordenador da bancada, o valor não condiz com o que é feito atualmente na BR. “As críticas são com relação ao fato de que a gente não vê investimentos verdadeiros na rodovia. Porque se existisse essa melhoria efetiva, até que amenizava um pouco a cobrança, mas não existe investimento mais pontual. Pelo contrário, nós vemos pouca manutenção perto do que foi prometido. É claro que é um investimento ao longo dos anos, mas ainda assim, pelo custo do pedágio, acredito que já teria que ter tido avanço no trecho da concessão”, afirma.
A concessão
A concessão firmada entre a empresa Eco-135 e o Governo Estadual, tem a vigência de 30 anos. Segundo a Eco-135, durante esse período, serão investidos mais de R$ 2,2 bilhões em obras e 1,5 bilhões em serviços operacionais nos trechos da BR. Desse modo, os valores arrecadados nos pedágios, serão destinados às ações de melhoria nas rodovias, entre as quais estão as obras de duplicação, a implantação de novas faixas adicionais, além de acostamento, contorno viário e a recuperação profunda do pavimento que têm o início previsto para o mês de abril.
O contorno viário citado pela concessionária está presente na Lei Estadual 23.574/2020, de autoria do deputado Virgílio Guimarães (PT). Como explica o parlamentar, o texto tem dois principais destaques relacionados aos investimentos da BR-135.
“A lei aprovada pela assembleia e sancionada pelo governador Romeu Zema(Novo), estipula várias medidas na BR-135, a principal diz respeito a construção do contorno rodoviário de Montes Claros. A partir dessa lei, é permitido a antecipação da ortoga (valor que a empresa paga ao governo) e, com isso, a construção do anel na cidade. No que diz respeito ao valor cobrado no pedágio existe um item que previa 50% de desconto para os usuários da rodovia que são da região norte-mineira, porém, foi vetado pelo governador e a Assembleia manteve o veto. O intuito, no caso, seria a redução da tarifa aplicada por seis meses prorrogáveis, enquanto a duplicação do trecho não seja finalizada. Certamente, depois que a obra for terminada, os próprios usuários não teriam o que reclamar”, comenta Virgílio.
Apesar do item ter sido vetado, o deputado confirma que não desistiu de dar continuidade a ideia.”Em breve vou entrar com essa proposta novamente. Estamos cientes de que esse valor arrecadado no pedágio é importante para a melhoria da rodovia. No entanto, eu propus o desconto apenas para os carros da região, ou seja, somente 30% da frota total que passa pela BR-135. É uma sugestão viável e justa com a região. Pois a concessionária continuaria cobrando normalmente dos outros veículos, que corresponde aos outros 70% da arrecadação”, finaliza Virgílio.
Compartilhe: