Quando os pais da Eloísa Souza, de 8 anos, perceberam que a filha estava acima do peso não hesitaram em buscar ajuda profissional. Com o diagnóstico de sobrepeso em mãos, uma verdadeira mudança de hábitos fez com que a família da criança alterasse o cardápio da casa e incluísse atividades físicas na rotina. “Levamos à nutricionista, entramos na dieta e a colocamos para fazer esteira”, contou o pai da menina, Marco Antônio Honório Souza.
Mesmo com pouca idade, Eloísa é uma das 180.363 crianças e adolescentes de Minas Gerais que estão em obesidade, ou seja, 32,01% do público nesta idade no Estado, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. No dia em que se celebra o Combate à Obesidade, nesta quarta-feira (11 de outubro), especialistas reforçam os riscos do sobrepeso na infância e a importância dos pais na construção de uma alimentação saudável.
“As crianças se tornam obesas devido ao ambiente que elas vivem, já que os pais são responsáveis pela alimentação delas. Elas não sabem comprar comida, não têm acesso a dinheiro. Porém, as crianças obesas podem ser acometidas pelas mesmas doenças dos adultos acima do peso, como colesterol alto, pressão alta, diabetes em função da obesidade, além de problemas respiratórios, que tendem a agravar com o aumento do peso”, alerta a nutricionista Fernanda Amaral.
No consultório onde atende, a profissional relata que as principais justificativas dadas pelos responsáveis são a falta de tempo e as pressões da indústria alimentícia na hora de preparar as refeições.
“Costumo orientar aos pais que não levem os filhos ao supermercado, temos tantas opções mais divertidas para levá-los. Nesses locais, as crianças vão ser bombardeadas de alimentos industrializados e a tentação será maior para todos. A bagunça feita pelas crianças na hora de comer, principalmente as menores, também interfere nessa rotina, então, eu aconselho as mães e pais que deixem os filhos se relacionarem com os alimentos, que sintam o gosto, a textura, o cheiro e que criem memórias com os alimentos”, indica. A Eloisa já aprendeu a lição. “A Fernanda me falou para fazer dieta e não comer besteira”, afirma.
Atividade física pode minimizar os efeitos da obesidade
Uma das orientações para a perda de peso é incluir atividades físicas na rotina das crianças. Pensando nisso, uma academia de ginástica passou a oferecer aulas de natação e jiu jitsu às crianças como forma de promover saúde com muita diversão.
“A atividade física para as crianças deve ser divertida, já a criança aprende de forma lúdica, brincando. Então, além de combater obesidade e sedentarismo, os exercícios físicos ainda promovem a autonomia, individualidade, competitividade de forma positiva e socilalização”, afirma o educador físico Gabriel Martins.
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