Uma mulher de 55 anos, funcionária de uma escola estadual em Belo Horizonte, está sendo investigada suspeira de desviar R$ 271 mil reais que seriam destinados à compra de merenda e mobília. O nome da instituição não foi divulgado.
As investigações sobre o crime de peculato resultaram no cumprimento de mandado de busca e apreensão, na manhã desta quinta-feira (27), durante a operação “Giz de Cera”. A Polícia Civil de Minas apreendeu celulares, pen drives, computadores, documentos, cartões bancários e mil reais. Também foram realizados bloqueios de bens móveis, imóveis e valores da investigada.
A suspeita foi contratada pela instituição de ensino em 2019 para exercer a função de assistente técnico da educação básica. Era a responsável pelo setor financeiro e possuía livre acesso às 21 contas bancárias de recebimento de dinheiro público, sobre as mais diversas rubricas.
Conforme apurado pela Polícia Civil, até o momento, a investigada teria desviado R$ 81 mil de conta destinada à gestão da merenda e mais R$190.700 de conta escolar destinada à aquisição de mobília escolar, um total R$ 271.700.
Atitude suspeita
De acordo com o delegado Gabriel Teixeira, a atual diretora solicitou à funcionária, em maio deste ano, que repassasse informações sobre a situação financeira da escola. A mulher teria apresentado nervosismo e desviado a conversa. Desconfiada, a diretora acessou as contas bancárias da escola e percebeu transferências suspeitas, momento em que passou a explorar o conteúdo bancário das movimentações.
“Para surpresa da direção escolar, desde 2020, a autora vinha realizando transferências bancárias das contas escolares para sua conta pessoal”, disse Teixeira, que ainda detalhou: “As subtrações eram feitas de forma fracionada, no valor de R$ 3 mil, por transferência via Pix. Em um único mês (junho de 2022), a suspeita chegou a transferir um valor total de R$ 48 mil”.
Gabriel Teixeira ainda ressaltou que foram apuradas atitudes da investigada inconciliáveis com a renda declarada por ela. “Temos notícias, por exemplo, de que, neste ano, no mês de fevereiro, a suspeita contratou uma viagem para o Rio Grande do Norte, no valor de quase R$ 20 mil, valor este incompatível com o orçamento declarado pela investigada, uma vez que ela recebia pela escola por volta de R$ 1,6 mil”.
A suspeita, que foi demitida da escola, não foi presa, visto que não foi verificada nenhuma necessidade processual justificável. As investigações, coordenadas pela 1ª Delegacia de Polícia Civil no Barreiro, continuam para a apuração de outros desvios e possível lavagem de dinheiro.