DECEMBER 9, 2022


‘Efeito pólvora’: saiba como evitar que ‘fake news’ de ataques à escolas espalhem pânico

A segunda orientação é evitar falar sobre os ataques com crianças e adolescentes. Pais e educadores devem buscar soluções, em vez de reproduzir desinformação e medo.

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Pais e educadores devem buscar soluções, em vez de reproduzir desinformação e medo, orienta especialista. Foto: Zinkevych/Freepik

As fake news envolvendo ameaças de ataque às escolas têm levado terror e preocupação para pais, estudantes e professores em todo o país nas últimas semanas. O medo de uma ação violenta nos colégios não foi expressado apenas nas redes sociais: mudou comportamento e rotina de várias famílias. A pediatra mineira Mariele Rios chama este medo coletivo de ‘efeito pólvora’.

Com mais de 300 mil seguidores apenas no Instagram, a médica criou uma espécie de manual para alertar e tranquilizar pais e mães.

Segundo ela, o pânico só aumenta a chance do efeito se alastrar. O primeiro alerta é ter atenção e evitar a reprodução das informações falsas nas redes sociais e nos grupos de Whatsapp.

Em meio a tantas mentiras, Mariele observa que a sociedade não pode subestimar e nem subvalorizar as ameaças de ataque às escolas. A orientação é comunicar à escola e depois à polícia,  para que seja feito boletim de ocorrência. Ou seja, na avaliação da pediatra, é preciso recorrer a quem, efetivamente, vai resolver o assunto. 

A especialista destaca que estudos americanos do Departamento Federal de Investigação (FBI) e do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (Homeland Security) indicam que, quando acontece atentado em ambiente escolar, é fato que outro possa ocorrer nos próximos 13 dias. Isso por causa da repercussão midiática. 

Ela explica que, dependendo da forma como o assunto é abordado pela mídia, o criminoso pode ganhar fama e se tornar uma espécie de “herói” para adolescentes mais vulneráveis: inseridos em contexto de dificuldades socioeconômicas, vítimas de bullying e/ou que viveram situações de exclusão social e violência familiar.

“Estas pessoas que passaram a vida toda excluídas enxergam naquele evento uma chance de serem reconhecidas. Acreditam que irão mudar o mundo, mas sem distinguir se é para o bem ou para o mal”.

A segunda orientação é evitar falar sobre os ataques com crianças e adolescentes. Pais e educadores devem buscar soluções, em vez de reproduzir desinformação e medo.

“Esses jovens agressores não têm amadurecimento emocional, estão em uma fase da vida em que querem se mostrar dominadores, que têm poder. Este comportamento, de fazer medo nas pessoas, é uma forma de se mostrar superior. Precisamos estar atentos a isso”, alerta a pediatra. 

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