Há 20 anos, o então prefeito, Jairo Ataíde (DEM), inaugurou o Shopping Popular, na presença do governador Aécio Neves (PSDB), autoridades locais além da população montes-clarense. Atualmente, o Shopping Popular é um dos maiores centros comerciais de Montes Claros, com quase 300 lojas, composto pelos mais diversos setores.
De lá para cá, virou rotina para os consumidores. “Venho ao shopping praticamente desde sempre”, diz a cliente Ivani Dias. “Venho a procura de variedades, de preço bom e aqui encontro tudo que preciso”, destaca.
“O shopping Popular, abriu na época, com a finalidade de “tirar” os camelôs das ruas da cidade”. Quem conta esta história, é José Correia de Moura, um dos lojistas mais antigos do estabelecimento. “Antes de existir o shopping a gente trabalhava na rua e nossos produtos não tinham valor. Por estarmos na rua as pessoas pensavam que eram subprodutos e não valorizam, nem o produto, nem a gente e evitavam, de comprar na gente e compravam nas lojas”, relembra.” Depois, que viemos para cá, conseguimos vender para a população, em geral, os nossos produtos adquiriram mais valor, além do ambiente mais digno para trabalhar. A abertura, nos salvou”, relata.
“Nós sofremos muito na rua. Era água, vento, sol, poeira, falta de banheiro, de tudo. Esse shopping foi uma bença pra nós”, explica a lojista Vera Lúcia Santos. Que relembra a entrada triunfante do falecido marido, ocorrida há vinte anos. “A nossa história foi a coisa mais linda, o meu marido entrou tão feliz nessa loja que entrou de joelhos com a imagem de Nossa Senhora de Fátima na mão agradecendo. Ele agradeceu por não ter mais que viver o que a gente vivia antes nas ruas, foi lindo”, afirma vera.
Vera explica, que o prefeito, além de ter construído e entregado o shopping popular para ambulantes da cidade, ainda os ajudou, facilitando nas mensalidades.” Quando nós entramos, Jairo deixou a gente ficar três meses sem pagar as contas, para gente poder ter um capital pra poder comprar mais mercadoria. Eram bons tempos aqueles”. Com o passar do tempo, Vera Lúcia, diz que tudo mudou. “Hoje é muito diferente. Essa administração não nos ajuda. Na pandemia, nos cobraram condomínio e aluguel, mesmo fechado e sem trabalhar, e tudo com juros. Hoje a gente trabalha, mas sempre fica devendo a administração, e esse é um dos motivos”, lamenta.
Já para a lojista Roseli Costa, que saiu de uma empresa que trabalhou por 20 anos, para tentar a sorte no Shopping Popular, o shopping significa tudo para ela. “Entrei aqui no dia da inauguração. Troquei um trabalho seguro, para estar aqui. E fiz certo, tudo que tenho hoje, foi o Shopping Popular que me deu”, diz agradecida.
Roseli deixa os lamentos de lado e parabeniza o shopping. “Quero parabenizar o Shopping Popular pelos seus 20 anos de muita luta e garra. Se deus quiser, iremos continuar juntos e que venham mais 20 anos de grandes histórias construídas aqui dentro”, diz feliz.
Impacto social
Para o professor do curso de ciências sociais, da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), Lúcio Flávio Ferreira Costa, nestes 20 anos, o Shopping Popular cumpriu muito bem o objetivo. “Serviu como ponto de referência até de encontro das pessoas, mesmo porque desde o início e até hoje tem uma concentração grande de comerciantes de vários produtos que são colocados”, explica.
O professor diz que como frequentador do shopping acha extremamente interessante a variedade dos produtos que circulam por lá. “É uma capinha, um celular, óculos, um brinquedo e tantos outros artigos, isso é muito interessante. E quem sabe, podemos pensar em outros centros nos bairros, copiar o modelo do shopping e acrescentar a arte e a cultura, como em Salvador”, ressalta.
Segundo o professor, manter o shopping, assim como é, é a melhor proposta para a cidade e para a economia da mesma. “Se um dia venderem o shopping, principalmente, se venderem para uma pessoa só ou para uma só empresa, seria terrível. Poderia até desconfigurar e submeter todos que ali estão que seja um empreendedor ou quem oferece empregos, ou empregado a uma condição terrível. Porque poderia ter um impacto muito negativo nessas pessoas, porque se tornariam, digamos assim, refém de uma política de uma pessoa só. Acredito que mantendo uma coisa de política pública, é o certo a fazer. Assim como está é a melhor proposta para uma coletividade”, destaca o professor.
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