Minas Gerais, assim como outros estados brasileiros, “sinalizam situação de epidemia por arboviroses”. Foi assim que o Ministério da Saúde avaliou a disparada de casos de doenças relacionadas ao Aedes aegypti
De acordo com dados atualizados na sexta-feira (24) e divulgados pela pasta da saúde do governo federal, Minas Gerais é, disparado, o Estado com mais casos de dengue e chikungunya no país.
Em relação à primeira doença, o Ministério da Saúde confirmou 119.850 casos em cidades mineiras, o equivalente a quase 30% dos 404.485 registrados no Brasil em 2023. A incidência por 100 mil habitantes é de 559,7, atrás apenas do Espírito Santo, com 1.182,5, mas com uma população bem menor.
Já os dados para a chikungunya são ainda mais alarmantes. Em Minas Gerais, são 34.421 casos prováveis, mais de 63% dos praticamente 54 mil diagnósticos suspeitos em todo o país.
O secretário de Saúde em Minas, Fábio Baccheretti, disse que o Estado registra desde o início deste ano um aumento “progressivo” das doenças causadas pelo Aedes. “A chikungunya, que era uma doença muito rara em Minas Gerais nas outras epidemias de dengue que tivemos, dessa vez corresponde a 20% dos casos”, afirmou. O chefe da SES-MG garantiu ainda que a “linha de tendência” ainda está em aumento, mas é esperado que ela atinja seu pico em abril, quando os casos deverão começar a cair a partir de maio.
Por meio de nota, o Ministério da Saúde afirmou que “atualmente, alguns estados apresentam situação epidêmica devido ao crescimento de registros de dengue e chikungunya”. “O nível 3 se refere a estados que, além de casos, também registraram óbitos. Para reforçar o monitoramento, a pasta instalou o Centro de Operações de Emergências (COE Arboviroses) que elabora estratégias de controle e redução de casos graves de dengue e outras arboviroses. Nas últimas duas semanas, o Ministério da Saúde enviou equipes a cinco estados brasileiros que sinalizaram situação de epidemia por arboviroses. A medida visa prestar apoio técnico voltado aos serviços de saúde, vigilância e assistência. As equipes estiveram em campo no Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo e Tocantins. Todos os estados estão recebendo apoio de equipes de vigilância epidemiológica, controle vetorial e assistência, com o envio de 95 mil kits de reagentes”, disse a pasta que deve visitar, nos próximos dias, os estados de Santa Catarina, Rio de Janeiro e Bahia.
No informe publicado semanalmente, o Centro de Operações de Emergências (COE Arboviroses) diz que “o número de casos prováveis de dengue e chikungunya notificados no Brasil em 2023 ultrapassaram o limite máximo esperado, considerando a série histórica, caracterizando situação de epidemia, com tendência de aumento nas próximas semanas e transmissão sustentada no país”. Em relação ao Zika vírus, há o aumento da incidência dos casos prováveis em alguns estados, mas sem ocorrência de óbitos.
De acordo como o “Plano de contingência para resposta às emergências em Saúde Pública por dengue, chikungunya e Zika”, o país está no nível 3 para dengue e chikungunya, que é quando estados têm aumento de incidência de casos prováveis e óbitos confirmados.
Mortes
Ainda segundo os dados do informe semanal do COE Arboviroses, Minas Gerais já registrou mais óbitos por dengue em 2023 do que em todo o ano passado. O Ministério da Saúde contabiliza 14 óbitos em cidades mineiras neste ano, enquanto em 2022 foram 10 mortes. Outras 49 mortes com suspeita da doença são investigadas no Estado.
Em relação aos óbitos pela dengue, Minas ocupa a terceira posição. Esse “ranking” é liderado por São Paulo, com 47 mortes, seguido de Espírito Santo, com 16.
Apesar de o informativo do governo federal não tratar de óbitos causados pela chikungunya, Minas Gerais já contabiliza duas vítimas da doença segundo dados do último dia 21 de março.
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