A Secretaria de Estado de Saúde do Pará (Sespa) está aguardando a confirmação de uma caso de Poliomielite, o vírus da Paralisia Infantil, em uma criança de 3 anos. Se for confirmado, este seria o primeiro caso da doença no Brasil desde 1989. A Pólio tinha sido erradicada no país devido a uma forte campanha de vacinação, que vem se enfraquecendo nos últimos anos.
Segundo documento de Comunicação de Risco emitido pela secretaria, o poliovírus (SABIN LIKE 3) foi detectado a partir do isolamento viral em fezes da criança. O documento, entretanto, ainda está investigando outras hipóteses além da Pólio.
O paciente com a suspeita é um menino de três anos, morador do município de Santo Antônio do Tauá, no interior do Pará. Ele apresentou os primeiros sintomas no dia 21 de agosto, relatado febre, dores musculares e paralisia flácida aguda (PFA). Pouco tempo depois, a criança teve perda da força nos membros inferiores e não conseguia se manter em pé.
O exame de fezes foi realizo no dia 16 de setembro e encaminhado ao Laboratório de Referência do Instituto Evandro Chagas. O laudo, que possui o resultado positivo para Poliomielite, foi emitido nesta terça-feira (4). Ainda segundo a Secretaria de Saúde do estado, a criança estava com o esquema vacinal incompleto.
Campanha de Vacinação
Crianças de 1 a 4 anos podem se imunizar contra a Poliomielite até o dia 21 de outubro em Belo Horizonte. Todos os Centros de Saúde estarão disponíveis para a vacinação, e os endereços e horários de funcionamento podem ser conferidos no site da PBH.
Atualmente, a cobertura vacinal na capital contra paralisia infantil é de 72% do público alvo, cerca de 104 mil crianças. A meta do Ministério da Saúde, entretanto, é de 95%. A última vez que o país atingiu essa meta, segundo o Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), foi em 2015, quando a cobertura foi de 98,29% das crianças nascidas naquele ano.
Em 2016, a cobertura caiu para menos de 90%, chegando a 84,19% em 2019. Um ano depois, em 2020, a pandemia da Covid-19 impactou diretamente na cobertura vacinal da Poliomielite, que imunizou apenas a 76,15% dos bebês naquele ano. Em 2021 o percentual ficou abaixo de 70% pela primeira vez na história, com 69,9%, mas alguns dados ainda podem ser lançados no sistema.
Com este dados, é possível inferir que três em cada 10 crianças brasileiras não foram vacinadas contra a Paralisia Infantil. Em 2022, a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e Multivacinação para Atualização da Caderneta de Vacinação da Criança e do Adolescente menor de 15 anos de idade já foi prorrogada diversas vezes, devido à baixa adesão.
Nota da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) na íntegra:
A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) informa que trata-se de um resultado positivo para o vírus sabin like 3, ainda sob investigação, em um paciente de 3 anos, de Santo Antônio do Tauá, nordeste do Pará. O tipo de vírus detectado no exame é um dos componentes da vacina, não se tratando do pólio vírus selvagem, já erradicado no país desde 1994. Outras hipóteses diagnósticas não foram descartadas, como Síndrome de Guillain Barré, portanto o caso segue em investigação conforme o que é preconizado no Guia de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde. A Sespa ressalta que presta toda a assistência ao paciente, que se recupera em casa, bem como, atua para a rápida investigação e esclarecimento do caso. O Ministério da Saúde foi notificado hoje e também acompanha o caso.
Com Itatiaia
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