DECEMBER 9, 2022

Tadeuzinho assume 2º mandato como presidente com incógnita sobre futuro

Apesar de garantir a aliados que será candidato à reeleição, candidatura a outro cargo e até indicação para o TCE-MG surgem como hipóteses

Foto: Alexandre Netto/ALMG

O presidente Tadeu Leite (MDB), o Tadeuzinho, 40 anos, iniciará, em fevereiro, o último biênio à frente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) sob especulações de qual será o seu futuro político ao fim do mandato como deputado estadual em 2026. Tadeuzinho é cotado desde como um candidato a vice-governador até como um potencial conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MG), que tem três cadeiras por preencher em 2025.

Apesar de Tadeuzinho garantir a interlocutores da ALMG que trabalha pela reeleição como deputado, o protagonismo alcançado pelo presidente durante a construção de uma alternativa ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) para renegociar a dívida do Estado com a União levou pessoas próximas a aconselhá-lo a disputar um cargo majoritário em 2026. Como ele é presidente da ALMG, um salto é tratado como um movimento natural.

aproximação entre Tadeuzinho e o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD), para criar o Programa de Pleno Pagamento da Dívida dos Estados junto à União (Propag), por exemplo, encorpou rumores de uma potencial candidatura a vice-governador. Em vias de encerrar o mandato como senador, Pacheco, que já admitiu que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o quer como candidato ao governo de Minas Gerais em 2026, seria o cabeça de chapa.

Entretanto, Pacheco já admitiu que não tem pretensões de ser candidato a governador em 2026. “Tenho uma tendência muito mais forte em encerrar minha vida pública em 2027 do que ser candidato em 2026. Quanto a seguir carreira jurídica, gosto muito da minha profissão (advogado), mas não está no horizonte também a ocupação de vagas em tribunais Se vem um convite, tem convite que dificilmente se recusa, mas não há uma campanha pra isso”, disse, em novembro passado.

Por outro lado, a eventual candidatura de Tadeuzinho como vice de nomes já colocados, como, por exemplo, o do vice-governador Mateus Simões (Novo), candidato do governador Romeu Zema (Novo), é tratada como improvável. Apesar de o MDB ter integrado a chapa de Zema à reeleição em 2022, o presidente da ALMG, que tem uma relação republicana com o governador, não teria afinidades ideológicas com Simões.

Uma eventual candidatura ao Senado surge como uma possibilidade para Tadeuzinho, já que as vagas de Pacheco, que não deve se candidatar à reeleição, e do senador Carlos Viana (Podemos), que teve apenas 12,7 mil voto ao se candidatar para a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), vão se abrir. Como são duas, interlocutores da ALMG avaliam que as chances de Tadeuzinho se eleger seriam maiores, dependendo de quem for o outo candidato da chapa em que ele esteja.

Entretanto, To presidente da ALMG seria comedido ao avaliar uma eventual candidatura para um cargo majoritário, como o de vice-governador e o de senador, por receio de ficar sem mandato. Tadeuzinho, que se elegeu deputado pela primeira vez ainda aos 26 anos, já teria ponderado a interlocutores que a própria profissão é ser político, já que, ao contrário de outros pares, não tem uma carreira fora da vida pública, por exemplo.

Uma possível candidatura a deputado federal, ainda que seja um cargo proporcional, não agradaria a Tadeuzinho. O presidente da ALMG já teria dito a pessoas próximas que não tem planos de tentar um assento na Câmara dos Deputados. Em Brasília, avaliam interlocutores, o mandato do deputado, cujas bases eleitorais são na região Norte de Minas, não teria a relevância que hoje tem no Estado.

Em meio às especulações, ganha corpo nos bastidores da ALMG a possibilidade de Tadeuzinho repetir o antecessor, Agostinho Patrus, e lançar a candidatura a uma das três vagas do TCE-MG que cabem à Casa a indicação. Além das cadeiras deixadas pelas aposentadorias dos ex-deputados José Alves Viana e Wanderley Ávila, outro assento, do conselheiro e também ex-deputado Mauri Torres, ficará vago no mês de abril.

Ao menos seis deputados, Alencar da Silveira Jr. (PDT), Arnaldo Silva (União), Ione Pinheiro (União), Tito Torres (PSD), Thiago Cota (PDT) e Ulysses Gomes (PT), mais o secretário de Governo e deputado licenciado, Gustavo Valadares, são cotados para as vagas. Porém, a avaliação é que, caso Tadeuzinho opte por lançar uma candidatura, os adversários retirariam. Quando Agostinho apresentou o nome, o então deputado Sávio Souza Cruz, favorito para a vaga, desistiu.

Caso concorra à reeleição como deputado, Tadeuzinho iria na contramão de Adalclever Lopes, Dinis Pinheiro, José Alves Viana e Alberto Pinto Coelho, além do próprio Agostinho, que deixaram a ALMG passarem pela presidência. Adalclever e Dinis, por exemplo, foram candidatos ao governo de Minas e ao Senado, respectivamente, mas foram derrotados. Viana, por sua vez, foi indicado para o TCE-MG. E Alberto, eleito vice-governador de Antonio Anastasia.

Mas interlocutores da ALMG entendem como natural uma eventual decisão de Tadeuzinho em concorrer à reeleição como deputado. Os exemplos dos ex-presidentes Mauri Torres, que foi reeleito deputado depois de deixar a presidência e, no mandato seguinte, foi indicado para o TCE-MG, e Antônio Júlio, que exerceu o mandato até 2012, nove anos depois de deixar a presidência, quando foi eleito prefeito de Pará de Minas, são citados.

O caso de Adalclever, que perdeu o mandato de deputado quando se candidatou ao governo de Minas em 2018, mesmo sem viabilidade política, também é lembrado. À época, o então presidente da ALMG seria candidato a vice-governador de Marcio Lacerda e assumiu a cabeça de chapa de última hora após o PSB retirar o nome de Lacerda em um acordo nacional com o PT para se manter neutro na disputa pela presidência da República.

 

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