O crescimento de 0,9% do PIB brasileiro no terceiro trimestre de 2024 superou as expectativas do mercado e demonstrou a resiliência da economia, mesmo diante de desafios setoriais. A expansão foi impulsionada principalmente pelos setores de serviços e consumo das famílias, com destaque para áreas como informação, comunicação e atividades financeiras, que se beneficiaram de maior acesso a crédito e seguros. No entanto, a queda na agropecuária e o desempenho abaixo do esperado das exportações destacam desafios estruturais e conjunturais, especialmente em relação ao equilíbrio da balança comercial e à dependência de setores específicos.

A revisão para baixo no saldo externo de bens e serviços aponta para maior vulnerabilidade externa. No lado da demanda, o aumento de 1,5% no consumo das famílias e de 2,1% nos investimentos (FBCF) reflete confiança interna e sinais de recuperação econômica robusta. Por outro lado, a necessidade de financiamento de R$ 97,4 bilhões, agravada pela deterioração no saldo externo, reforça a necessidade de políticas econômicas que priorizem a competitividade industrial e a diversificação de exportações. A taxa de investimento de 17,6% do PIB, embora positiva, ainda está abaixo de níveis considerados ideais para sustentar o crescimento de longo prazo.