O projeto de cursos FIC (formação inicial e continuada) para o programa Somos Parte da Mesma Energia, do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG)-Campus Janaúba, foi o vencedor do Concurso de Educação Profissional para a Economia Verde. A cerimônia de premiação aconteceu na última quarta-feira (27/11), em Brasília, durante a 4ª Semana Nacional da Educação Profissional e Tecnológica (EPT). O certificado foi entregue à coordenadora do projeto, a professora Marineide Almeida Rocha. A premiação do concurso será uma viagem para participar da maior feira mundial de educação profissional, a Didacta, na Alemanha em 2025.
O concurso é realizado pela Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha em parceria com a Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ), GmbH (GIZ Brasil) e o Ministério da Educação (MEC). O objetivo é premiar iniciativas educacionais inovadoras resultantes de parceria entre uma instituição de EPT e empresa pública ou privada, que tenham foco na formação profissional para a transição para a economia verde. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, entende-se economia verde por uma economia de baixo carbono, eficiente em termos de recursos e socialmente inclusiva.
Qualificação
O projeto vencedor do concurso resultou de uma parceria público-privada firmada por um termo de cooperação entre o IFNMG, a Atlas Renewable Energy (proponente e financiadora dos recursos financeiros) e a Fadetec (fundação de apoio do Instituto). Entre novembro de 2023 e agosto de 2024, o projeto ofertou 500 vagas em cursos voltados a mulheres em situação de vulnerabilidade, nas cidades de Janaúba e Nova Porteirinha. Os cursos eram destinados à qualificação dessas mulheres para atuarem no setor de produção de energias renováveis: Montagem de tracker, Montagem de painel fotovoltaico, Montagem elétrica, Assistente de logística e Auxiliar administrativo.
“Buscamos desenvolver um trabalho humanizado, crítico e construtivo com essas mulheres para que elas pudessem sair com as competências necessárias para se tornarem profissionais qualificadas”, conta a professora Marineide. Ela explica que a metodologia de execução do projeto foi desenhada para atender às necessidades reais do mercado de trabalho e, ao mesmo tempo, atender às especificidades culturais e sociais da região. Para isso, o projeto integrou teoria e prática de maneira estratégica. As alunas receberam apoio financeiro durante a realização dos cursos, para cobrir custos com transporte, alimentação e outros itens essenciais, como forma de favorecer a permanência. Elas contaram, ainda, com preparação para entrevistas de emprego.
“Foi emocionante acompanhar o progresso das alunas e ver o brilho nos olhos delas ao perceberem que estavam aprendendo algo tangível, algo que as conectava diretamente ao futuro profissional, diante dessas novas oportunidades de trabalho que o mercado local lhes oferecia, em um ramo antes ocupado por homens”, recorda a coordenadora do projeto.
De acordo com Marineide, 377 mulheres foram efetivamente capacitadas pelos cursos ofertados, das quais 120 já estão empregadas no setor de energia renovável. “Esse resultado não é apenas um número. Ele representa uma mudança real, tangível, no destino dessas mulheres e de suas famílias”, avalia.
Com a execução desse projeto, ela afirma ser notório que o IFNMG reforça o seu compromisso institucional com os contextos sociais, culturais e econômicos do norte de Minas Gerais, concretizando a sua inserção social por meio da educação pública, gratuita e de excelência.
Muito feliz e emocionada com o prêmio e com o reconhecimento de caráter nacional, Marineide acredita que o projeto vencedor é um legado para o futuro do IFNMG, e especialmente do Campus Janaúba. “Esse projeto mostrou que a educação é, sem dúvida, o maior motor de mudança que podemos oferecer. Mais do que isso, ele nos desafia a sonhar com um futuro em que iniciativas como essa sejam regra, e não exceção. Minha visão de mundo mudou ao ver o poder que mulheres capacitadas podem ter para mudar suas próprias histórias e impactar positivamente suas comunidades. Esse não é apenas um projeto de qualificação profissional. É um movimento de transformação social.”
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