PROTESTO DE MOVIMENTOS SOCIAIS

Hoje, integrantes de movimentos sociais realizaram uma lavagem simbólica das escadarias do prédio da Câmara Municipal de Montes Claros, cobrando explicações sobre o rombo de dois milhões de reais nas contas do Legislativo municipal. Com cartazes e palavras de ordem, o manifesto chamou a atenção do público que chegava para a reunião da Câmara, mais uma vez realizada em clima tenso. O movimento foi noticiado pela grande imprensa, que tem dado ampla cobertura ao caso.

PROTESTO DE MOVIMENTOS SOCIAIS II

Nos últimos oito anos, raras foram as ocasiões em que os movimentos sociais se organizaram para manifestações, possivelmente influenciados pelo clima de não-oposição ao prefeito Humberto Souto (sem partido) que predominou em Montes Claros. Quando isso ocorreu, teve impacto, como no caso do afastamento do ex-presidente da MCTrans, Wilson Brizolinha. Condenado pela Justiça do Trabalho por assédio moral e sexual, ele permaneceu no cargo até que uma manifestação de mulheres na sede da autarquia mobilizou a opinião pública.

PROTESTO DE MOVIMENTOS SOCIAIS III

O rombo – ou déficit, ambas expressões corretas contabilmente – pode ser uma oportunidade para que os movimentos sociais da cidade, ultimamente mais engajados em pautas estaduais e nacionais, retomem força em questões municipais. Resta saber se essa articulação se ampliará para temas que envolvam a Prefeitura de Montes Claros. Em uma democracia, desde que se mantenha em um ambiente republicano e dentro do espaço para o debate de ideias, o contraponto é essencial. Afinal, como dizia Nelson Rodrigues: “Toda unanimidade é burra.”

CAROL NÃO VAI ASSUMIR

A vereadora eleita Carol Figueiredo (PL) informou à coluna que não há nenhuma possibilidade de assumir, como suplente, o mandato de deputada estadual. Ela só aceitaria o cargo caso a vaga fosse definitiva. Carol afirmou que, apesar da proposta de emenda à Lei Orgânica apresentada pelo vereador Júnior Martins (PP) – que permitiria a ela assumir temporariamente como deputada sem perder o mandato de vereadora –, não conversou com o presidente da Câmara sobre o assunto. Ela também garantiu que ainda não definiu apoio a nenhum candidato à presidência da Câmara e que só tomará uma decisão após o término dos trabalhos da Comissão Legislativa de Inquérito (CLI) sobre o déficit orçamentário e de ouvir todas as propostas.

ASSERVMOC NA BRONCA

A Associação dos Servidores Públicos Municipais Aposentados, Ativos e Pensionistas de Montes Claros (MG), representada por Veranice Brexó, enviou uma carta à coluna criticando o projeto de reforma administrativa apresentado pela Prefeitura e aprovado pela Câmara Municipal em novembro. Segundo o documento, a reforma aumentou a disparidade salarial entre ocupantes de cargos comissionados – que podem ser contratados livremente – e servidores concursados, com diferenças de 8 a 10 vezes nos vencimentos. A ASSERVMOC aponta ainda que a reforma prejudica o Instituto Municipal de Previdência (PREVMOC), já que a contribuição previdenciária dos comissionados vai para o INSS, o que comprometeria o déficit atuarial do instituto. A Associação criticou a Prefeitura e a maioria dos vereadores, com exceção de Iara Pimentel (PT), a única que votou contra o projeto. O vereador Daniel Dias (PCdoB) absteve-se da votação.

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