DECEMBER 9, 2022

Enem 2024: como funciona a TRI, metodologia de pontuação dos participantes

Pelo esquema de avaliação, nota final dos estudantes não depende apena do número bruto de acertos e erros; entenda

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Os estudantes que realizaram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) agora aguardam a divulgação dos gabaritos oficiais e das notas, que só serão publicadas no próximo ano. Para a pontuação prova, o número bruno de acertos e erros no gabarito não representa uma relação direta com a nota final, já que o Enem conta com uma metodologia de avaliação chamada Teoria de Resposta ao Item (TRI).

Pelo TRI os estudantes são avaliados por diversos critérios, que incluem a dificuldade das questões e a possibilidade de ‘chute’, conforme a coerência com demais erros e acertos. Entenda como funciona a TRI, modelo de pontuação do Enem.

Como funciona a TRI do Enem

Segundo o Inep, órgão que gere o Enem, a TRI é um conjunto de modelos matemáticos que representa a relação entre a probabilidade de o participante acertar uma questão, o conhecimento dele do assunto e as características (parâmetros) das perguntas.

Um aspecto importante da TRI é que ela considera a particularidade de cada questão, ou seja, as notas não dependem do total de acertos e erros, mas de cada questão e suas características.

Desse modo, é possível que duas pessoas com a mesma quantidade de acertos e erros sejam avaliadas de forma distintas e tenham notas diferentes, já que tudo isso depende de quais foram as questões certas e erradas.

Os três parâmetros são:

  1. Parâmetro de discriminação: poder que cada questão possui de diferenciar participantes que dominam a habilidade avaliada daqueles que não dominam.
  2. Parâmetro de dificuldade: quanto mais difícil a questão, maior seu valor.
  3. Parâmetro de acerto casual: probabilidade de um participante acertar a questão no “chute”, sem necessariamente ter domínio do tema.

Com isso, as questões do Enem, chamadas pelo Inep de ‘itens’, são colocadas em uma ‘régua’. As que são avaliadas pedagogicamente como mais difíceis, ficam acima na régua, já as ‘mais fáceis’, ficam abaixo. A partir disso, os estudantes, baseado nos acertos e erros das questões, também são colocados nesta régua.

Coerência faz diferença na nota final

Em relação às questões consideradas fáceis ou difíceis, o Enem considera que os alunos que respondem àquelas de maior nível de dificuldade conseguiriam acertar às mais simples. Caso isso não ocorra, ou seja, um participante erre as fáceis e acerte as difíceis, é possível considerar que as corretas tem sido ‘chute’, e elas somarão notas menores ao final. É esse ‘chute’ que o Inep considera como ‘acerto casual’.

Apesar de acertos categorizados dessa forma não diminuírem notas dos participantes, eles somam valores inferiores do que nas notas daqueles que, de fato, estão no grupo que tem as habilidades necessárias para resolver a questão.

No Guia do Participante do Enem, o Inep descreve, com mais detalhes, como funciona a TRI e como é feito o cálculo das notas. Segundo o órgão, o resultado será divulgado em 13 de janeiro de 2025.

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