DECEMBER 9, 2022

Infecções hospitalares matam 45 mil pessoas por ano no Brasil; evento discute soluções

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 70% dos casos poderiam ser evitados com a adoção de práticas nos hospitais

Foto: Go Nakamura / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP

A Unimed realiza, na próxima quarta-feira (30/10), um evento virtual para discutir as Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS). O diagnóstico mata, por ano, 45 mil pessoas no Brasil. No entanto, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 70% dos casos poderiam ser evitados com a adoção de práticas nos hospitais.

O evento terá a participação e mediação do médico e infectologista Carlos Starling, que integrou o Comitê de Enfrentamento à Covid-19 em Belo Horizonte durante a pandemia. “No Brasil, melhoramos muito em serviços de controle de infecções nos últimos 30 anos, mas elas ainda são um problema enorme no país, principalmente aquelas provocadas por bactérias extremamente resistentes”, diz Starling, que é especialista em medicina preventiva e social.

O médico destacou outro dado alarmante: na maioria dos hospitais, menos da metade dos profissionais de saúde higieniza as mãos quando necessário, atitude que seria essencial para prevenir as infecções. “E isso após a pandemia de Covid-19, quando todos pensavam que os cuidados durariam para sempre. Poucas faculdades de medicina no país dedicam carga horária ao controle de infecções relacionadas à assistência à saúde”, complementou.

As infecções mais comuns no país são pneumonia associada à ventilação, infecção cirúrgica, infecção do trato urinário e infecção da corrente sanguínea. “Com os cuidados adequados, essa última é evitável em quase 100% das vezes. Hoje, convivemos com pacientes com múltiplas comorbidades, os quais são mais idosos e necessitam ser submetidos a múltiplos procedimentos invasivos e intervenções cirúrgicas que não eram feitas no passado, além de tratamentos com drogas imunossupressoras contra doenças até então intratáveis”, afirmou o médico, que também é coordenador científico do Centro Nacional de Pesquisa Clínica e Tecnologia (CNPCT) do Sistema Unimed.

O assunto será discutido no Webinar Conecta Científico, promovido pela Faculdade Unimed em parceria com a Solventum, no próximo dia 30 de outubro, às 19h. Além de Carlos Starling, a mestre em enfermagem, professora e especialista em auditoria Aline Monzani; e o enfermeiro especialista em epidemiologia e prevenção de IRAS Márcio Melo vão integrar o debate.

As inscrições podem ser feitas no site da Unimed. As discussões são voltadas para enfermeiros de UTI, terapia infusional, Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), gerência de enfermagem, médicos infectologistas que lideram ou fazem parte da CCIH, diretores médicos e auditores.

 

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