Em visita à Bahia nesta quinta-feira (17), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou que o governo poderá proibir as empresas de apostas esportivas no Brasil caso a regulamentação do setor não traga os resultados esperados. A afirmação foi feita em entrevista à Rádio Metrópole, de Salvador.
“Vamos ver se a regulação dá conta. Se der, está resolvido o problema. Se não der, eu acabo. Porque você não tem controle do povo mais humilde, crianças com o celular na mão, fazendo apostas. Nós não queremos isso”, afirmou Lula.
A regulamentação das apostas foi aprovada pelo Congresso Nacional no ano passado. Desde então, a Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda têm trabalhado para definir os parâmetros de operação para sites.
Na última sexta-feira, em um esforço para coibir irregularidades, mais de 2 mil sites de apostas foram bloqueados por não terem iniciado o processo de cadastro e regularização junto ao Ministério da Fazenda.
O governo informou que a fiscalização da adequação dos sites às novas normas começará apenas em 2025, enquanto a regulamentação permanece em andamento.
Lula e as bets
Apesar de ter aprovado a regulamentação, o próprio presidente Lula tem sido crítico ao aumento no número de apostadores e a expansão das bets em território nacional desde 2018, quando as apostas esportivas foram legalizadas no Brasil.
O tom das críticas se elevou quando, no mês passado, o Banco Central do Brasil divulgou um estudo sobre o mercado de apostas online no Brasil e o perfil dos apostadores. O levantamento estimou que em agosto, 5 milhões de pessoas pertencentes a famílias beneficiárias do Bolsa Família enviaram R$ 3 bilhões às empresas de apostas utilizando a plataforma Pix, sendo a mediana dos valores gastos por pessoa de R$ 100.
“Hoje, através de um celular, o jogo tá dentro da casa da família, tá dentro da sala. Nós estamos percebendo agora no Brasil o endividamento das pessoas mais pobres tentando ganhar dinheiro fazendo aposta”, disse o presidente à época em que o estudo foi divulgado.
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