DECEMBER 9, 2022

FATOS & DETALHES

Pecê Almeida Júnior é jornalista e publicitário

Foto: Divulgação

PREFEITOS NÃO REELEITOS

Nas eleições de 2024, o índice de reeleição de prefeitos foi de espantosos 81%, o mais alto da história, segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CNM). E esse número pode ficar ainda maior, já que não considera os casos em que o prefeito eleito foi impugnado pela Justiça e ainda está recorrendo. No Norte de Minas, já citamos em colunas anteriores os casos de Matias Cardoso e Porteirinha, mas em outras cidades com prefeitos experientes também não houve reeleição.

PREFEITOS NÃO REELEITOS II

Em Monte Azul, o prefeito Dr. Paulo (MDB) obteve 45% dos votos e foi derrotado por Saulo Feliciano (Podemos), que ficou com 55%. Já em Ibiaí, a atual prefeita Sandra de Nilsin (Avante), com 48%, perdeu para Dra. Maurina (MDB), que recebeu 52% dos votos. Não estou me lembrando de outros casos na região. Em Várzea da Palma, o prefeito Eduardo da Agrovap (PP), com 49,5%, não evitou a vitória de Rodrigo Dalla (Podemos), com 50,5%, em pleito decidido por uma diferença de apenas 203 votos. Só consegui lembrar de cinco prefeitos não reeleitos numa região com mais de 90 municípios.

PREFEITOS NÃO REELEITOS III

Esse índice altíssimo de reeleição pode ser explicado pelo fato de que, nunca, em tempo algum, as prefeituras contaram com tantos recursos provenientes de emendas parlamentares. Um levantamento realizado pela GloboNews mostra que, entre os 100 municípios brasileiros mais beneficiados com a chamada “emenda pix” (aquelas cujos recursos saem do caixa da União e são enviados diretamente por parlamentares para contas bancárias de estados e municípios), o índice de reeleição chegou a 93%.

PREFEITOS NÃO REELEITOS IV

Está explicado o motivo de tanta resistência dos deputados e senadores em dar mais transparência à distribuição de emendas e acabar com o chamado “orçamento secreto”, que começou no Governo Bolsonaro, mas continua a todo vapor no Governo Lula, com o Brasil sendo, na prática, um estado parlamentarista. Hoje, o Congresso tem mais poder sobre verbas discricionárias do Orçamento da União do que o Palácio do Planalto. E tudo indica que a renovação na Câmara dos Deputados em 2026, caso nada seja feito para alterar esse sistema até lá, ficará restrita às acomodações de quociente partidário e sobras eleitorais.

VOLTAR EM 2028

Alguns prefeitos da região não fizeram o sucessor em 2024, mas, por outro lado, não se empenharam tanto na campanha de seus indicados. É porque eles aderiram à velha prática de deixar o barco rolar para manter o protagonismo do grupo político e voltar a disputar a Prefeitura em 2028. Uma manobra arriscada e perigosa, mas muito mais comum do que se imagina. Percebeu isso em algum município? Envie mensagens para a coluna.

FAMÍLIA MOTA

Nas notas acima, falei da eleição de Dra. Maurina em Ibiaí. Filha do ex-prefeito Tico Mota e irmã da ex-prefeita Mariniliza Mota, Maurina é prima carnal dos atuais prefeitos de Coração de Jesus, Robinho Mota Dias, e de São João da Lagoa, Carlim Mota Dias. Ambos em segundo mandato, os dois conseguiram eleger sucessores do círculo familiar. Em São João da Lagoa, foi eleito Ronaldinho Dias, sobrinho de Carlim, e em Coração de Jesus venceu Samuel Barreto, sogro de Ronaldinho. De duas prefeituras na microrregião, a família Mota passa a ter três, mantendo uma tradição política de décadas.

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