DECEMBER 9, 2022


Longa de diretor mineiro vai ser exibido no Festival de Cinema de Montes Claros

No Festival de Cinema de Montes Claros (MG), em comemoração aos 21 anos do Cineclube Cinema Comentado, que acontece nos dias 18, 19 e 20 de outubro

Foto: Divulgação/SAMU

Terceiro longa do cineasta mineiro Rafael Conde (1962-), “Zé” (2023- 2horas e 23minutos), vai ser mais uma das atrações do Festival de Cinema de Montes Claros (MG), em comemoração aos 21 anos do Cineclube Cinema Comentado, que acontece nos dias 18, 19 e 20 de outubro.

O filme é baseado no livro-reportagem homônimo do cearense-pernambucano Samarone Lima (1969-), e conta a história de José Carlos Novais da Mata Machado (1946-1973), assassinado no Recife por policiais do Doi-Codi. José Carlos estudava Direito em Belo Horizonte, e foi uma das principais lideranças do Movimento Estudantil mineiro, durante a Ditadura Civil-Militar (1964-1985). Abandonou os estudos para trabalhar com alfabetização de jovens e adultos em Pernambuco, onde foi preso e morto. Rafael Conde é mineiro de Belo Horizonte, e além de cineasta é professor na Escola de Belas Artes da UFMG. De acordo com o cineasta, este é um momento difícil para o país, quando pessoas pedem a volta de ditaduras, e por isso o filme é importante, por trazer essas reflexões. As exibições dos filmes selecionados para o festival acontecem no Corredor Cultural, no centro da cidade.

Preparação de elenco para cinema

Outro momento importante do festival é a Oficina de Interpretação e Preparação de elenco, que vai ser dirigida pelo ator, diretor, bacharel em Direito e preparador de elencos, Luciano Risso (1977-). Mineiro de Uberaba, Luciano escreveu, produziu e dirigiu alguns curtas-metragens independentes. Entre os trabalhos realizados está a preparação de elenco do filme “Marighella” (2019 – 2horas e 35minutos), direção de Wagner Moura (1976-), sobre o ex-deputado baiano e guerrilheiro que pegou em armas contra a Ditadura Civil-Militar, Carlos Marighella (1911-1969), assassinado em São Paulo pela polícia paulista.“Serão em torno de oito horas e meia de trabalho, e pretendo abrir com um compilado desses filmes que trabalhei, para mostrar os processos diferentes em cada um deles”, explica Luciano Risso sobre como vai funcionar a oficina. Ele entende a sua trajetória como a de um profissional que saiu do interior mineiro, e conseguiu furar o bloqueio das hegemonias de Rio de Janeiro e São Paulo, no universo cinematográfico. “Tenho orgulho de ser mineiro, e vai ser muito legal estar em Montes Claros realizando essa oficina, mostrar que é possível, sim, sair do interior e fazer realizações”, diz Luciano Risso. As oficinas acontecem nos dias 18, 19 e 20 de outubro, e as inscrições vão estar abertas a partir do próximo dia cinco.

O festival, que acontece no Corredor Cultural, no centro da cidade, tem parceria com a Fulô Comunicação e Cultura, e apoio do Museu Regional, Departamento de Extensão da Unimontes (PREX), InterTVGrandeMinas e Lei Paulo Gustavo (LPG). Toda a programação é gratuita.

 

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