DECEMBER 9, 2022


Em Minas, medicamento para pacientes transplantados será entregue por hospitais no momento da alta

Imunossupressores usados para evitar a rejeição do organismo ao órgão transplantado serão suficientes para os primeiros 30 dias de tratamento

Foto: Divulgação

Medicamentos gratuitos e obrigatórios para pacientes que passaram por transplantes serão entregues diretamente pelos hospitais em Minas. O repasse dos remédios irá ocorrer no momento da alta hospitalar. A medida, que visa a agilizar o processo de recuperação das pessoas, foi informada nesta terça-feira (24).

O novo programa, que leva o nome de “Alta Segura”, foi anunciado pelo Governo de Minas, que fará a entrega às unidades às unidades de saúde. Conforme o Estado, a previsão é que os fármacos – imunossupressores usados para evitar a rejeição do organismo ao órgão transplantado – sejam suficientes para os primeiros 30 dias de tratamento.

Atualmente, a espera pelos medicamentos pode levar mais de uma semana. O transplantado ou um representante legal precisam levar documentos a uma das 28 farmácias regionais ou unidades municipais da Política de Descentralização do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (PDCEAF).

Após a aprovação do pedido, ainda são necessários até cinco dias úteis para que o paciente retire o imunossupressor na farmácia solicitada.

Durante esse primeiro mês, o paciente ou o representante legal poderão seguir com a documentação necessária para a retirada do restante dos medicamentos nas unidades Farmácia de Minas.

Segundo o secretário estadual de Saúde, Fábio Baccheretti, os hospitais precisam aderir ao “Alta Segura” e aceitar as condições – que não foram detalhadas. Até o momento, 13 das 16 unidades de saúde que fazem transplantes no Estado já confirmaram a participação. Conversas para a adesão já estão sendo feitas com os demais, segundo Baccheretti.

O secretário afirmou que  a medida dará mais segurança aos pacientes. “Todos os medicamentos serão entregues pelo governo e assim vamos garantir que o paciente já tenha todo o suporte necessário de forma imediata, podendo ir para casa mais cedo, sem qualquer custo adicional ao hospital”, afirmou o secretário, que participou do evento de lançamento do programa, na Santa Casa BH, na região Leste da capital.

Também presente, o governador Romeu Zema destacou a necessidade de mais doadores em Minas. “Quero pedir o envolvimento de todos para estruturar o reconhecimento da importância e do incentivo para ampliarmos o numero de doadores. Sei que é um trabalho complicado por ser em um momento de luto, mas nós temos que ter essa missão de fazer o bem”.

Quem já precisou passar por um transplante sabe a importância dos doadores. Caso da estudante Maria Alice, de 13 anos. Quando criança, ela foi diagnosticada com miocardiopatia restritiva, uma doença que causa insuficiência cardíaca.

“Eu sentia muita dor, era como se meu coração tivesse sendo apertado a todo momento. Eu via meus amigos brincando e participando da educação física e eu não podia, me doía demais”.

Aos 6 anos, a menina passou por um transplante. Atualmente, se sente realizada por simplesmente conseguir fazer brincar, algo que era impossível. “Poder correr, brincar de pega-pega, que eram coisas que eu não conseguia fazer, e hoje me deixam feliz. Só de conseguir atravessar a rua sozinha eu já fico feliz”.

 

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