Nove em cada dez golpes financeiros são aplicados pelo celular, aponta relatório divulgado nesta semana. Na maioria dos crimes, o bandido manipula as vítima, conseguindo acesso a senhas ou códigos de segurança. Só nos últimos 12 meses, mais de 40 milhões de pessoas foram lesadas.
Os dados são da pesquisa “Tendências de fraudes bancárias digitais no Brasil em 2024”, da empresa de tecnologia Biocatch. O levantamento mostra que 82% dos golpes ocorrem no horário comercial, entre 9h e 17h. O mais comum é o da “falsa central” de bancos.
Nele, os golpistas entram em contato por telefone e se passam por representantes de agências bancárias para obter dados pessoas das vítimas ou obrigar o que “pagamentos urgentes” sejam feitos.
O relatório também mostra outro tipo de golpe que chama a atenção, o “estelionato romântico”, quando duas pessoas se envolvem após troca de mensagens pelas redes sociais ou aplicativos de namoro.
O fraudador chega até a receber transferências legítimas devido à relação de confiança estabelecida.
O estudo da Biocatch conclui que o PIX é o método mais utilizado pelos golpistas. Em 2022, mais de 70% do total de dinheiro perdido por vítimas de fraudes foi movimentado pela forma de pagamento instantâneo.
Prejuízo ultrapassa R$ 2 bilhões
O relatório aponta que o prejuízo causado ultrapassa R$ 2 bilhões. “O dinheiro extorquido das vítimas desses golpes termina em extensas redes de contas laranjas, pelas quais os criminosos lavam o dinheiro e o utilizam. Este processo complica ainda mais o esforços para rastrear os criminosos”, afirma o diretor da Biocatch no Brasil, Cassiano Cavalcanti.
Ainda segundo ele, as medidas de segurança dos bancos podem ser ineficazes, principalmente em golpes como o da falsa central.
A Febraban informou que os aplicativos de bancos são seguros e os dados de uso não ficam armazenados nos aparelhos. Segundo a federação, as plataformas contam com o máximo de segurança em todas as suas etapas, desde o seu desenvolvimento até a sua utilização.
A instituição destacou que os bancos investem cerca de R$ 40 bilhões por ano em tecnologia, sendo que deste total, 10% são voltados para a cibersegurança. Os bancos também atuam em parceria com forças policiais para auxiliar na identificação e punição de criminosos.
A federação ressaltou que, para que os aplicativos bancários sejam utilizados, há a obrigatoriedade do uso da senha pessoal do cliente. Além disso, as transações estão protegidas por token, biometria facial ou qualquer outro fator de segurança randômica que o banco do cliente ofereça.
Segundo a Febraban, a melhor forma de se proteger de uma tentativa de golpe é a informação. Por isso, para que o cliente possa se proteger e evitar a engenharia social, a Febraban e os bancos têm investido constantemente e de maneira massiva em campanhas de conscientização e esclarecimento com a população por meio de ações de marketing em TVs, rádios e redes sociais. Nas redes da Febraban, a comunicação antifraudes prossegue de forma ininterrupta por meio do site.
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