DECEMBER 9, 2022


Polícia Civil desarticula associação criminosa de veículos clonados em Montes Claros

Operação “Destino” da 4ª Delegacia Distrital de Montes Claros, liderada pelo delegado Diego Flávio Carvalho, resultou na apreensão de veículos e prisão de três suspeitos, incluindo o líder do grupo

Foto: Larissa Durães

A 4ª Delegacia Distrital de Montes Claros, sob a coordenação do delegado Titular, Diego Flávio Carvalho, deflagrou a operação “Destino” para desarticular uma associação criminosa especializada em introduzir veículos clonados na cidade. As investigações, iniciadas em outubro de 2023, revelaram que esses veículos eram usados como garantias de empréstimos com agiotas. Os suspeitos traziam veículos adulterados de outros estados ou cidades de Minas Gerais e os utilizavam de diferentes maneiras, dependendo da conveniência do grupo. A operação resultou na apreensão de vários veículos e na prisão de três pessoas, incluindo o líder do grupo. As investigações continuam para identificar outros envolvidos.

Segundo Carvalho, essa operação foi deflagrada com o objetivo de desarticular uma associação criminosa voltada para a introdução de veículos clonados na cidade. “As investigações revelaram que esses veículos estavam sendo usados como garantias de empréstimos perante agiotas”. Iniciadas em outubro de 2023, as investigações mostraram que a associação criminosa era bastante organizada e com uma clara divisão de tarefas, apesar do esquema parecer simples, relatou o delegado.

Os três investigados são um homem de 34 anos, de São João da Ponte, principal responsável pela introdução dos veículos clonados em Montes Claros; um homem de 29 anos, despachante da cidade, que dava credibilidade às transações do grupo; e um terceiro, responsável por obter os empréstimos junto aos agiotas com os veículos adulterados. “Embora não haja provas de que o trio participava dos furtos e roubos, suas prisões são importantes para desarticular o grupo que fomentava esses crimes no país”, relatou o delegado.

As Investigações

As investigações revelaram que os três principais suspeitos, especialmente um deles, traziam veículos adulterados e com placas frias de outros estados ou cidades de Minas Gerais, e então os utilizavam de diferentes maneiras conforme a conveniência do grupo. O foco do inquérito foi nos veículos usados como garantias de empréstimos.

O delegado explicou que a investigação teve origem no fato de que um dos suspeitos já era conhecido da 4ª Delegacia Distrital, sendo investigado desde 2020. “Notou-se que ele mudava seu modo de operar conforme a conveniência e lucratividade. As perícias realizadas pelo setor de perícia da Polícia Civil identificaram quase todos os veículos, exceto um. Podemos dizer que cinco desses veículos foram furtados ou roubados no Rio de Janeiro, enquanto outros foram furtados ou roubados em Belo Horizonte, Contagem e São Paulo”, explicou.

Carvalho relatou que em outubro começaram as apreensões dos veículos. “Três pessoas foram presas e um carro apreendido. Inicialmente, dois carros foram apreendidos com um possível agiota, e semanas depois, outros dois carros com outros agiotas. Ao perceber que essa estratégia não estava funcionando, a associação criminosa tentou outras destinações para os veículos. Durante o inquérito, seis veículos foram apreendidos, todos de origem ilícita, adulterados e com placas frias. Três pessoas foram presas preventivamente. O líder do grupo é de São João da Ponte, enquanto os outros dois são de Montes Claros, onde os veículos eram vendidos”.

A investigação continuará para identificar possíveis envolvidos, relatou o delegado. “Os veículos furtados em Rio de Janeiro, São Paulo, Contagem e Belo Horizonte não foram vendidos na Bahia, mas as investigações sugerem que outros veículos foram encaminhados para o interior baiano”, explicou o delegado.

Em relação aos compradores, Carvalho informou que estes desconheciam a origem ilícita dos veículos, pois a presença do despachante dava credibilidade às transações. “Os veículos identificados serão devolvidos aos legítimos proprietários. Quem comprou de boa-fé perderá o dinheiro investido”, disse o delegado.

O delegado regional de Montes Claros, Bruno Rezende, explica que a Polícia Civil tem atuado significativamente no combate à criminalidade relacionada ao patrimônio na região, com repercussões interestaduais no Rio de Janeiro, Bahia e outros estados. Ele convoca a sociedade a prestar atenção e ser cuidadosa na negociação de veículos, realizando vistorias antecipadas e sendo criteriosa na confiança depositada nas pessoas com quem fará negócios.

“Vemos que esses veículos apreendidos causarão prejuízo ao destinatário final, seja pela não quitação do empréstimo ou pelo não pagamento, o que poderá demandar ações judiciais. Por isso, é importante que as pessoas fiquem atentas nas negociações de veículos, realizem as vistorias necessárias para evitar cair em golpes como os da quadrilha de Montes Claros”, alerta Rezende.

Além dos presos, aproximadamente 15 pessoas foram ouvidas durante a investigação, mas apenas três faziam parte do núcleo criminoso. Todos estão presos preventivamente e responderão por crimes de associação criminosa (pena de 1 a 3 anos), receptação qualificada (2 a 8 anos), estelionato (1 a 5 anos) e adulteração de sinal identificador (2 a 8 anos).

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