Conhecido mundialmente pela beleza, mas também pela violência, o Rio de Janeiro perde para Minas em número de feminicídios. Pelo menos 272 mineiras foram assassinadas em 2022, um aumento de 9,2% em relação ao ano anterior. No Estado vizinho, foram 253 homicídios no mesmo período. No país, a maioria dos crimes foi cometida dentro da casa das vítimas – e por pessoas conhecidas. Os dados fazem parte do Atlas da Violência 2024, divulgado nesta terça-feira (18).
Assinado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o levantamento mostra que a Bahia lidera as mortes de mulheres em 2022, dado mais recente compilado no estudo. Por lá, foram 411 vítimas. Mesmo assim, porque houve queda de 2021 para 2022. O recuo foi de 11,2%.
Em segundo lugar aparece São Paulo, com 373 mortes. Depois, o Ceará, à frente de Minas por muito pouco: 275. Em território nacional, foram 5.220.
Na última década (2012-2022), ao menos 48.289 mulheres foram assassinadas no Brasil. Somente em 2022 foram 3.806, o que representa uma taxa de 3,5 casos para cada grupo de 100 mil mulheres.
As estatísticas também mostram que 34,5% dos homicídios de mulheres ocorreram em domicílios, totalizando 1.313 vítimas em 2022 no país. Já entre os homens a maior parte dos casos se dá na rua ou estrada. Para os pesquisadores, isso demonstra a existência de diferentes dinâmicas de homicídios a depender do gênero da vítima: as mulheres estão mais sujeitas à violência letal dentro de casa do que nas ruas. Em 2002, entre os homens, somente 12,7% dos homicídios ocorreram nas residências.
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