DECEMBER 9, 2022


Produto desenvolvido no campus da UFMG em Montes Claros é vencedor de competição nacional de soluções inovadoras

Bioinsumo aumenta a validade de flores e frutos

Foto: Divulgação/UFMG Montes Claros

Uma forma de aumentar a validade de frutos e folhas de maneira a minimizar as perdas no pós-colheita. Foi esta a proposta vencedora do DemoDay da Maratona de Soluções BioInova, realizada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) na última semana. O grupo vencedor foi composto por integrantes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), Sebrae e da empresa Lallemand Plant Care Brasil, e criou um arranjo institucional para validar a tecnologia da UFMG no mercado.
O professor Junio Cota, do campus da UFMG em Montes Claros, foi o responsável por apresentar a proposta no evento. A solução é parte da tese de doutorado em Microbiologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade defendida por Cintya Souza, servidora do Instituto de Ciências Agrárias (ICA) e de quem o docente foi orientador. A proposta consiste em utilizar bioinsumos que aumentem o shelf life (validade) de flores e frutos para minimizar as perdas. “Vencer um prêmio nacional do Ministério da Agricultura é um marco significativo para nós, validando nossos esforços em pesquisas que beneficiam a sociedade. Esse reconhecimento ratifica que estamos no caminho certo. É extremamente gratificante ver o resultado do nosso trabalho árduo e sério, que é disruptivo e de alto risco, ser bem-recebido pelo Ministério da Agricultura e pela iniciativa privada”, afirma o professor.

Avanço para o mercado

O BioSummit tem como objetivo criar um ambiente favorável para formação de redes de colaboração para levar soluções para o mercado. O professor destaca que, a partir de agora, os esforços de concentram em finalizar o bioinsumo e colocá-lo ao alcance do consumidor. “Durante o evento do MAPA, estabelecemos alianças importantes para levar nossas soluções ao mercado. Para que esses benefícios cheguem à população, é essencial colaborar com o setor produtivo e outras instituições. Esse reconhecimento amplia nossas possibilidades de impacto, demonstrando que um projeto nascido no Instituto de Ciências Agrárias pode alcançar grandes dimensões e trazer avanços significativos com tecnologias sustentáveis para o agronegócio”, explica Junio Cota.

Benefícios para a comercialização de flores e frutos

A tese “Uso de microrganismos na produção de mudas e conservação pós-colheita de frutos e flores ornamentais” defendida por Cintya Souza teve como orientador o professor Junio Cota (ICA) e coorientadoras Elka Almeida (ICA), Luzia Modolo (ICB) e Sílvia Niestche (ICA).
De acordo com o professor, o trabalho aponta resultados em três eixos: cadeia de frutos, cadeia de flores e produção de mudas. No que diz respeito aos frutos, foram realizados estudos com bananas. Constatou-se que o produto foi capaz de retardar o amadurecimento da banana em, no mínimo, cinco dias. “Este avanço é crucial para a logística de distribuição no Brasil, onde o transporte é majoritariamente rodoviário. Com um maior tempo de conservação, a redução de perdas ao longo da cadeia de suprimento é significativa, permitindo que os frutos cheguem mais frescos aos consumidores”, analisa.

Na floricultura, os resultados também foram animadores de acordo com o professor. “A gente conseguiu mostrar que este produto retarda a senescência, o tempo de vida útil, da flor. A flor de corte tem um prazo de validade curto, em torno de três dias. A gente conseguiu aumentar este tempo em pelo menos três dias, ou seja, prorrogamos o tempo dela para seis dias”.
Na produção de mudas, foram analisadas bananeiras. No estudo foram utilizadas mudas produzidas em laboratório nas quais foram detectados aumento na viabilidade e longevidade, uma vez que resultaram em materiais mais saudáveis e robustos. “No campo, isso se traduz em mudas mais robustas e saudáveis, com maior resistência a condições adversas e patógenos. Como resultado, há uma redução nas perdas de mudas após o plantio e uma menor necessidade de insumos e defensivos agrícolas, contribuindo para uma agricultura mais sustentável”, finaliza o professor.

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