O projeto de cineclube CineMaracas, criado em abril de 2022, e que durante quase dois anos funcionou em parceria com a Associação dos Moradores do Bairro Maracanã, região sul de Montes Claros, este ano inaugura uma nova fase que é a itinerância. O CineMaracas a partir desta quarta-feira, dia 10 de abril, começa a fazer exibições mensais na Escola Estadual Felício Pereira de Araújo, situada à rua Bandeirante, 475, no bairro Sumaré, com duas sessões por mês.
A ideia é despertar nos estudantes do ensino médio o interesse pelo debate de temas diversos, já que hoje o cinema é considerado um fenômeno social, que funciona como espelho da sociedade. Desde a sua criação nas primeiras décadas do século 20, o cineclubismo se propõe a democratizar acessos a produções muitas vezes desconhecidas do público, discutir aspectos estéticos, técnicos e os conteúdos das obras; e, mais recentemente, assegurar a prática da cidadania, através do direito do público a ter conhecimento, e a garantia da territorialidade, ou seja, valorização dos espaços comunitários, principalmente ambientes periféricos.
O CineMaracas, ao se deslocar para o ambiente escolar, também busca a organização do público estudantil em torno do audiovisual. Um cineclube não se restringe à exibição. Ele prevê pluralidade, diversidade, difusão, memória e arquivo. Não basta apenas exibir um filme e debater, é preciso também criar empatias em uma comunidade, entender suas necessidades e pensar a partir delas.
Para a vice-diretora da Escola Estadual Felício Pereira de Araújo, a professora Janete Soares de Oliveira, na construção do conhecimento é fundamental explorar as diversas formas de linguagem. E a produção cinematográfica é uma estratégia de informação e reflexão. “E é nesse sentido que o projeto CineMaracas se transforma em uma rica parceria que a escola traz, como ferramentas de conhecimento e lazer”, avalia a vice-diretora.
Nessa nova fase o cineclube CineMaracas vai continuar a ter como prioridade o cinema nacional, e o trabalho com documentários ou ficção de curta, média e longa metragens, como na programação a seguir, que se inicia nesta quarta-feira. Todo o acesso às sessões é gratuito e logo após as exibições acontece um bate papo com os estudantes sobre o filme apresentado.
Programação:
Dia: 10/04
Horário: 10 horas da manhã.
Filme: “DesCONECTADOS” (2022) – Doc. 26minutos. Direção: Márcio Bigly.
Sinopse: As dificuldades de estudantes do ensino médio e de educadores, para manter funcionando a única escola pública do município de Tanque, região do semi-árido do Piauí, no Nordeste brasileiro, durante a pandemia de Covid-19. Como estudar, assistir aulas remotas, se para acessar a internet muitos precisavam caminhar cerca de seis a sete quilômetros? O doc discute as desigualdades e a luta de estudantes pobres para transformar a própria realidade.
Dia: 10/04
Horário: 13horas.
Filme: “Praia da Saudade” (2024) – Doc. 78minutos. Direção: Sinai Sganzerla.
Sinopse: A cineasta Sinai Sganzerla recorre a imagens antigas, fotos, desenhos, ilustrações e depoimentos, para contar a história da Praia da Saudade, no Rio de Janeiro. O local começou a ser privatizado no final do século 19, mas exatamente em 1889. E também aborda o genocídio do povo Goytacazes, que já ocupou o que é hoje o município fluminense de Campos dos Goytacazes onde, em função das mudanças climáticas, uma praia está desaparecendo.
Contato: Márcia Braga – (38) 98836-6065
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