A polícia investiga quem teria ordenado a demolição de quatro casas onde viviam cinco pessoas, entre elas dois idosos de 71 e 75 anos, na última quarta-feira (11 de outubro), em Angueretá, distrito de Curvelo, na região Central de Minas Gerais. Uma das vítimas estava em casa na hora e teria sido abordada por um grupo de homens que disse ter “ordem” para derrubar tudo, não dando tempo sequer para o idoso retirar seus pertences.
Em um relato publicado nas redes sociais, Karine Silva, que é filha de Valdevir Gomes da Silva, de 71 anos, publicou um vídeo em que relata o ocorrido com o pai. “É inacreditável, meu pai tem a escritura do terreno, é tudo legalizado. Chegaram lá bandidos e simplesmente falaram para o meu pai que tinham ‘ordem’ para derrubar tudo. Não deixaram tirar nada de dentro da casa”, relatou a mulher.
“Graças a Deus não o agrediram fisicamente, mas, psicologicamente, o mataram e retiraram toda a dignidade. Nos ajudem a divulgar essa barbárie para que esses criminosos sejam encontrados e punidos com o rigor da lei”, completou a mulher na postagem.
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A polícia investiga quem teria ordenado a demolição de quatro casas onde viviam quatro pessoas, entre elas dois idosos de 71 e 75 anos, na última quarta-feira (11 de outubro), em Angueretá, distrito de Curvelo, na região Central de Minas Gerais. Uma das vítimas estava em casa na… pic.twitter.com/wfe0TswECh
— O Tempo (@otempo) October 13, 2023
Derrubaríamos com você dentro, disseram suspeitos
No boletim de ocorrência registrado, segundo a Polícia Militar (PM), ficou comprovado que o idoso possuía a escritura e é, de fato, o proprietário da terra. Além de Valdevir, nos outros imóveis derrubados em seu terreno viviam quatro mulheres, de 50, 54, 56 e 75 anos. No relato do idoso aos policiais, ele disse que questionou o grupo de homens sobre a ação e acabou ouvindo que eles estariam apenas “cumprindo ordens do chefe” e que, se o “patrão” estivesse lá, eles iriam “derrubar a casa com ele dentro”.
Ainda de acordo com a PM, em seus relatos, as vítimas disseram que o suposto “patrão” dos criminosos seria o proprietário de uma plantação de eucalipto da região que, diversas vezes, teria feito propostas para comprar o terreno da família, que nunca aceitou vender a área.
Prefeitura está apoiando a família
A reportagem procurou a Prefeitura de Curvelo para saber se existia alguma ordem de despejo que justificasse a demolição do imóvel, o que foi negado pelo município por meio de uma nota.
“Foi com tristeza e indignação que a Prefeitura de Curvelo tomou conhecimento da ocorrência no distrito de Angueretá, referente à demolição de imóveis. Esclarecemos que o ocorrido não decorre de nenhum ato praticado pela Prefeitura e até onde temos conhecimento, também não decorreu do cumprimento de qualquer ordem judicial”, disse.
Depois da família de seu Valdevir denunciar o ocorrido, uma equipe da Assistência Social da cidade se deslocou até o distrito, que fica a 55 km da sede da cidade. “A Prefeitura de Curvelo está acompanhando o caso de perto para garantir todo suporte necessário aos vitimados”, finalizou o município.
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