Em outubro o Cineclube CineMaracas homenageia o paulista Eduardo Coutinho (1933-2014), exibindo alguns de seus melhores documentários. Coutinho, que se estivesse vivo em maio teria completado 90 anos de idade, é considerado um dos mais importantes cineastas brasileiros. A mostra “Eduardo Coutinho: crítica e afeto”, reúne quatro documentários de épocas e temas diferentes.
Diretor e roteirista premiado no Brasil e exterior, Coutinho dirigiu 23 documentários em que seu olhar crítico e as formas de representar a realidade brasileira, acabaram por construir uma estética cinematográfica especial. Ela envolvia entrevistas e o sincero interesse pelo entrevistado. Coutinho dizia que o som mais belo que existe é o da voz humana. O acervo de Eduardo Coutinho pertence hoje ao Instituto Moreira Salles (IMS).
O Cineclube CineMaracas acontece todos os sábados a partir das 18horas na sede da Associação dos Moradores do Bairro Maracanã, Praça Beato Francisco Coll, 107, e o acesso é gratuito. Logo após a sessão tem bate papo com a plateia sobre o filme exibido.
Programação:
Dia: 07/10 – “O fio da memória” (1991) – 120minutos.
Sinopse: Gabriel Joaquim dos Santos nasceu pouco depois da Abolição da Escravatura no Brasil, em 1888. Filho de escravizados trabalhou como operário em uma mina de sal. Sua casa é cheia de esculturas de pedra, que para ele têm significados especiais. O documentário explora a memória da escravidão de povos negros no Brasil.
Dia: 14/10 – “Edifício Master” (2002) – 110minutos.
Sinopse: O diretor construiu um retrato cheio de riquezas humanas dos moradores de um condomínio no bairro de Copacabana (RJ). O Edifício Master tem 12 andares, 276 apartamentos, 23 por andar, e cerca de 500 moradores, entre jovens estudantes, idosos, trabalhadores do sexo, camelôs e aposentados. O documentário é considerado um dos maiores do século, foi premiado em vários festivais no Brasil e exterior.
Dia: 21/10 – “Peões” (2004) – 85minutos.
Sinopse: A história de homens e mulheres que migraram do campo para a região do ABC Paulista durante as décadas de 1960 e 1980, para trabalharem na indústria automobilística. Ao mesmo tempo que registra a luta dessas pessoas, Coutinho mostra os bastidores do movimento operário e do novo sindicalismo que nascia nos anos de 1979 e 1980.
Dia: 28/10 – “Jogo de cena” (2007) – 105minutos.
Sinopse: Mulheres narram suas histórias de vida diante de uma câmera em um estúdio. Parte dessas histórias vai ser depois representada por atrizes. Como se fosse um jogo de espelhos, o filme investiga a natureza da narração artística. Acaba sendo uma reflexão sobre a encenação e a realidade, a condição feminina e a nossa noção de verdade. Um dos grandes momentos da cinematografia do diretor.
Contato: Márcia Braga Zap: 38 99935-1297
Compartilhe: