Como forma de premiar pessoas negras que tenham se destacado por suas ações e serviços relevantes no combate ao racismo e na promoção da igualdade racial em Montes Claros, o Conselho Municipal da Igualdade Racial, em parceria com a Prefeitura de Montes Claros, através da Coordenadoria da Igualdade Racial, vinculada a secretaria municipal de Desenvolvimento Social, homenageará 19 personalidades com a comenda Joaquim Nagô.
A solenidade de premiação será no próximo dia 24 no auditório da Câmara Municipal de Montes Claros.
Os homenageados serão:
Cecília Maria Rocha – Representante das pessoas em situação de rua;
Maria Cecília de Souza Oliveira – Representante da imprensa de Montes Claros;
Ângela Márcia da Silva Braga – Representante do jornalismo de Montes Claros;
Maria das Dores Francisco Raposo – Representante da Pastoral Carcerária;
Maria de Lourdes – Representante das mulheres;
Sonimar da Silva Ferreira – Representante dos Garis;
Sonia Gomes Oliveira – Representante dos Movimentos Sociais;
Maria Dália (mãe Dália) – Representante das religiões de matriz africana;
Professor Antonio Alvimar Souza – Representante da Igreja católica;
Pastor Josmar Xavier dos Santos – Representante dos Evangélicos;
Promotor Paulo César Vicente de Lima – Representante do Ministério Público;
Sérgio Fabiano Ferreira (Gu Ferreira) – Representante dos Artistas Plásticos;
Mestre Wanderley Ferreira Nascimento – Representante do 1° Terno de Catopê São Benedito;
Mestre Antônio Pereira dos Santos – Representante do 2º Terno Catopê de São Benedito;
Maria Railma Neto – Representante da Educação;
Farmacêutico Cardeque Soares – Representante dos Trabalhadores na Saúde;
Mestre Geraldo Tadeu Reis – Representante da Capoeira;
Vereador Júnior Martins – Representante da Câmara Municipal;
Dra. Luciana Santana – Representante da medicina.
“Essa comenda é um reconhecimento da Coordenadoria e do Conselho Municipal da Igualdade Racial a esses negros e negras que lutam pela igualdade racial em nosso Município”, comentou o presidente do Conselho Municipal de Igualdade Racial e responsável pela Coordenadoria Municipal de Igualdade Racial, José Gomes Filho.
História – Joaquim Nagô, ou Joaquim Africano, foi um jovem escravo natural de Nagô, África. Ele foi acusado sem qualquer prova, “por ouvir dizer”, de assassinar, em 22 de abril de 1835, Joaquim Antunes Ferreira (ou d’Oliveira), em São José do Gorutuba. Joaquim Nagô negou sistematicamente a autoria, mas foi a júri popular, sendo condenado à forca, pena cumprida em 26 de março de 1836, nas cercanias do atual Café Galo, onde foi montado o patíbulo.
Durante a execução, a corda se partiu duas vezes, sendo preciso o carrasco se utilizar de um forte laço de couro ensebado, buscado em sua casa. Impressionados com as quebras seguidas da corda, o público pediu clemência para o condenado, em vão. Anos depois, em Diamantina, um tropeiro agonizante confessou a autoria do crime atribuído a Joaquim Nagô.
Em 1941, em virtude do serviço de pavimentação na rua Governador Valadares, o prefeito à época, Antônio Teixeira de Carvalho, mandou desenterrar os restos dos troncos da forca, que ficava precisamente em frente ao atual prédio de número 66.
Após a abolição da pena de morte, o patíbulo foi serrado e seus tocos se espalharam pelo chão, ficando enterrados com o passar do tempo.
Ato contínuo, Teixeira de Carvalho determinou que os tocos fossem guardados na Prefeitura, com a finalidade de fazerem parte do futuro Museu Municipal de Montes Claros. Segundo o historiador Hermes de Paula, Joaquim Nagô foi o primeiro condenado executado no local.
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