Pesquisadores do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG)-Campus Salinas divulgam resultados do projeto intitulado “Análise da presença do SARS-CoV-2 em águas residuais dos municípios de Salinas e Rubelita-MG”, mostrando aumento da detecção do material genético do vírus SARS-CoV-2, causador da Covid-19, no município de Salinas, a partir de maio deste ano (confira boletim em anexo).
A pesquisa é realizada desde o início de 2023, por meio da coleta quinzenal de amostras de esgoto em três pontos de Salinas (IFNMG, adutora do Bairro Raquel e ETE Copasa) e na ETE de Rubelita. As amostras são levadas para o Laboratório de Biologia Molecular do IFNMG, onde são testadas por meio da técnica do RT-qPCR. Segundo o coordenador da pesquisa, o professor do IFNMG Filipe Vieira Santos de Abreu, os resultados periódicos das coletas são comunicados, em primeira mão, às autoridades de saúde dos municípios envolvidos, para colocá-las a par da situação epidemiológica local.
Os resultados da pesquisa mostram que o vírus continua circulando na população, mesmo que não haja registro de casos da doença. Segundo Filipe Abreu, devido à cobertura vacinal da população, os casos de Covid-19 podem estar ocorrendo de forma mais branda e isso diminui a procura pelo sistema de saúde. Além disso, a testagem para a doença não está mais acontecendo no município.
A despeito da ausência de casos registrados de Covid-19, os dados que mostram a continuidade da circulação do vírus acendem um alerta de que a população não pode baixar a guarda na prevenção. Nesse contexto, Filipe Abreu reforça a importância de se manter a vacinação em dia.
Rede de pesquisa
O projeto desenvolvido pelos pesquisadores do IFNMG faz parte da Rede de Monitoramento de Águas Residuais (Remonar), composta por grupos de pesquisa de várias instituições, com a missão de integrar e promover a produção e divulgação de conhecimentos científicos nas ações de vigilância epidemiológica baseadas no monitoramento de esgoto em diferentes regiões no Brasil, como alternativa de detecção precoce de surtos virais.
A Remonar é financiada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e o sub-projeto de Salinas é coordenado pelo professor Filipe. São parceiros locais do projeto a Copasa e a Copanor, a fundação de apoio do IFNMG (Fadetec) e a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM).
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