Visando solucionar um problema que está afligindo toda a população a respeito da falta de profissionais no hospital Universitário Clemente de Farias (HUCF), a prefeitura de Montes Claros, juntamente, com o reitor da Unimontes, Wagner de Paulo Santiago, se reuniram nesta segunda-feira (26) com a imprensa de Montes Claros, para esclarecer o que está sendo feito em relação ao assunto.
Na coletiva, o prefeito Humberto Souto (Cidadania), explicou que é bom esclarecer que qualquer obrigação a respeito do hospital fica por conta do estado e o mesmo não pode transferir as suas obrigações ao município, pois, o município não tem condições de arcar com a saúde de Montes Claros. “O problema do hospital é do estado, mas reflete no município. Então, diante desses problemas o município se dispôs a dar uma ajuda, e participar do processo e não prejudicar a população. Mas não se pode esquecer que é um problema do estado e que o estado tem que assumir essa responsabilidade e não transferir para o município”, afirma.
Já o reitor da Unimontes, explica que o problema não é financeiro que o hospital está vivenciando, mas uma carência de mão-de-obra no hospital Universitário. Já que em 31 de dezembro de 2022, houve uma suspensão de 220 contratos encerrados que já estava prevista e “de lá pra cá, tivemos que fazer uma restrição no número de leitos e outros atendimentos. Por conta mesmo da força de mão-de-obra que o hospital não estava tendo”, conta.
“O hospital Universitário é um hospital estadual, então é um problema do estado e o estado não se furta a esse problema”, explica Wagner. Para ele, esse contrato não tinha como prorrogar e o estado hoje já atingiu o limite providencial com gastos de pessoal e não pode contratar mais. Diante deste fato, o estado fez um levantamento da força de trabalho e verificou exatamente quanto de pessoal o hospital universitário precisa. “Só que esse levantamento é um pouco demorado, enquanto se faz o levantamento da real necessidade dessa força de trabalho, a prefeitura de Montes Claros está fazendo uma solução provisória”, justifica.
Então, o prefeito e a Secretária da Saúde, Dulce Pimenta, juntamente, com o governo estadual, através da Secretaria de Educação, da Secretaria de Saúde do Estado de Minas Gerais, segundo o reitor, irão ajudar o hospital a solucionar este problema.
COMO O PROBLEMA SERÁ SOLUCIONADO
Será enviado recursos para a secretaria de saúde para que faça a contratação de pessoal e que faça a cessão desse pessoal para o hospital Universitário para poder ser reativado os leitos e voltar a ter normalidade nos atendimentos.
Segundo a secretaria da saúde de Montes Claros, Dulce Pimenta, o maior problema hoje do HU, é a não prorrogação dos contratos dos funcionários que já trabalhavam no hospital pelo estado e com isso os serviços do hospital, tiveram que ser diminuídos. “Porque não tinha funcionários para cumprir o que foi contratado”, diz.
Então, para a secretaria, a forma que o município encontrou para solucionar o problema, é o de contratar funcionários, temporariamente, até que o estado resolva isso.
VALOR DOS RECURSOS
O recurso que será envolvido é em torno de 13 milhões, mas pode ser que tenha complementação.
Segundo informou Santiago, os servidores do hospital estão cansados, sobrecarregados, “então, essa nova leva de mão-de-obra vai ajudar a solucionar isso”, garante.
O período para dar início as contratações, é de no máximo 60 dias. “Mas esperamos que aconteça antes”, diz o reitor.
A preferência, segundo ele, é para a reintegração dos profissionais que atuavam no HU e tiveram os contratos finalizados, por já estarem familiarizados com o serviço. No início do ano alguns profissionais chegaram a ser admitidos, entretanto, aproximadamente, 45 pessoas foram afastadas por cansaço, e outras enfermidades, e a medida acabou não sendo suficiente”, conta.
Os atendimentos que estão prejudicados para a população, desde o dia 31 de dezembro de 2022 no HU, são desde o pronto-socorro, cirurgias eletivas, pediatria, “e atinge toda a macrorregião”, informa o reitor.
Na última quinta-feira (22), membros da prefeitura de Montes Claros, se reuniram com membros da universidade, com representantes do estado, secretários da saúde, Ministério Público “e diante da impossibilidade do estado de resolver este problema que é grave”, diz o procurador-geral do município, Otávio Rocha, “resolvemos assumir essa responsabilidade e enviaremos ainda hoje, segunda-feira (26), um projeto de lei para a Câmara de Montes Claros, para permitir um repasse da ordem de praticamente 15 milhões de reais, para que a Unimontes possa daqui a até o próximo ano (2024), voltar a ter o funcionamento do hospital regularizado, com a contratação dos profissionais que foram desligados”, ressaltou.
O procurador também explica que o estado não pode fazer essa contratação e em razão disto o município vai ajudar com esse aporte. “Nesse prazo de um ano, caberá ao estado regularizar junto a Unimontes, a forma de resolver o problema da assistência para a população”, explicou Rocha.
O procurador lembrou que a Unimontes não atende só Montes Claros, mas todo o Norte de Minas. E que é referência, por exemplo, em tratamento de indígenas do norte do estado, “então é um hospital com vocação de atendimento a região do Norte de Minas e o estado tem essa preocupação, por isso, não pode deixar sobrecarregar o município com aquilo que constitucionalmente é do estado”, finalizou.
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