DECEMBER 9, 2022

Carro popular custará menos de R$ 60 mil com redução de impostos? Entenda

Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) afirma que mais medidas podem reduzir preço.

Foto: Divulgação

Carros populares poderão chegar a menos de R$ 60 mil Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) — Foto: Flávio Tavares/ O TEMPO

 

O governo federal reduzirá os impostos incidentes sobre os carros de até R$ 120 mil e, com isso, afirma que os preços poderão cair até 10,79% para o consumidor. A indústria ainda não anunciou quais serão os novos preços dos carros populares na prática, mas afirma que eles podem ficar abaixo de R$ 60 mil.

Hoje, o carro novo mais barato do Brasil é o Renault Kwid, que custa R$ 69 mil. Mesmo com a redução máxima de 10,79% do preço anunciada pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), portanto, ele ficaria no patamar de R$ 61,5 mil. Mas medidas adicionais em discussão no mercado, além do corte de impostos, podem reduzir ainda mais os preços, segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio Lima Leite.

“Cada montadora tem sua política de preço. Mas, pelos números que vêm sendo apresentados, é muito possível termos preços abaixo de R$ 60 mil”, declarou, em pronunciamento à imprensa logo após o anúncio de Alckmin, nesta quinta-feira (25/05). Ele reforçou que o corte de impostos definido pelo governo também valerá para os veículos em estoque.

O decreto que oficializará a redução dos tributos sobre os automóveis ainda será publicado e não foi divulgado, por exemplo, qual será a redução das alíquotas de cada imposto e por quanto tempo a medida valerá. Do ponto de vista da indústria, defende a Anfavea, ela é necessária por pelo menos um ano.

Carros de até R$ 120 mil terão redução de preço de pelo menos 1,5%. Carros mais poluentes e com menor produção local, por exemplo, terão descontos mais baixos. A medida, confirma a Anfavea, não implica redução de componentes tecnológicos nos carros populares.

Carro popular não ficará mais acessível com medida, avalia especialista

Só em 2023, houve 14 paralisações de produção de veículos no Brasil. Hoje, a indústria automotiva trabalha com metade de sua capacidade, segundo a Anfavea, e depende do aquecimento das vendas para se recuperar. Somente com a medida anunciada por Alckmin nesta quinta, porém, isso não será possível, avalia o conselheiro consultivo para a indústria de mobilidade Ricardo Bacellar.

Ele pondera que o que impede que o brasileiro volte a comprar carros populares não é somente o preço dos veículos, mas a conjuntura econômica do país, que coloca em risco outros mercados com tíquete médio mais baixo, como o varejo. “Imagine a seguinte situação: você mede 1,80 m e há algo que quer muito em prateleira de 3 m. O que você pode fazer para alcançá-la? Pode baixar a altura da prateleira para uma em que você alcance ou subir em uma escada. Tudo o que o governo fez foi baixar a prateleira, mas para 2,5 m, ainda difícil de alcançar”, compara.

Compartilhe: