DECEMBER 9, 2022


Audiência Pública sobre exploração do lítio no vale do Jequitinhonha aborda necessidade de investir em emprego e renda na região

Cerca de cinco empresas estrangeiras já estão interessadas na região, mas cabe aos governos federal e estadual estabelecer as regras para que haja responsabilidade socioambiental

Audiencia 2

Foto: Divulgação

Na manhã desta quarta-feira, 10, foi realizada Audiência Pública sobre a exploração de lítio no Vale do Jequitinhonha, que contou com a participação de pesquisadores, representantes das empresas interessadas, parlamentares, prefeitos e organizações da sociedade civil da região. A reunião abordou a necessidade de investir em pesquisa e indústria para posicionar o Brasil neste mercado promissor.

O interesse por alternativas sustentáveis aos combustíveis fósseis vem aumentando a cada dia. A energia eólica e as placas solares já são comuns em diversas regiões do mundo, mas o que ganhou popularidade recentemente foram os carros elétricos. As vendas globais dos automóveis elétricos de passeio em 2022 passaram de U$1 trilhão – mais de R$5 trilhões.

Para funcionar, esses carros utilizam baterias de íon de lítio, mineral encontrado em abundância no Vale do Jequitinhonha e foi sobre este assunto que a Comissão de Finanças e Tributação, na Câmara dos Deputados, realizou a audiência hoje. É o que explica o deputado federal Paulo Guedes (PT-MG). “O estudo sobre as possíveis reservas de lítio na região iniciou em 2012 e hoje sabe-se que o Brasil tem a 10ª reserva do petróleo branco, como é conhecido o mineral. Nesta manhã foi possível dialogar com as empresas interessadas na exploração, mas respeitando a soberania brasileira”.

De acordo com o parlamentar, a previsão é que, nos próximos 20 anos, a procura por lítio aumentará 40 vezes, por isso, é preciso ter responsabilidade ambiental na hora da retirada.

“Se observamos a China, as exportações tanto de carros e baterias cresceram mais de 60% e o Brasil tem potencial para ser um dos primeiros países nesse mercado, mas de nada adianta se não investirmos em pesquisas de energia limpa, em educação para formarmos profissionais capacitados no Vale do Jequitinhonha para trabalhar nas fábricas e evitarmos a degradação do meio ambiente”.

Um dos principais pontos abordados na audiência é que a geração de emprego e renda fique no Vale do Jequitinhonha, local que será mais afetado pela exploração. O beneficiamento do lítio também daria oportunidades de empregos nunca antes vistas nas regiões norte e noroeste de Minas Gerais

“A proposta do governador Romeu Zema é retirar o minério bruto do Jequitinhonha, que já sofre com falta d’água e o clima semiárido, e construir as fábricas de produção de baterias no sul do estado, uma região que já tem sua indústria desenvolvida”, acrescenta o deputado Paulo Guedes.

Cerca de cinco empresas estrangeiras já estão interessadas na região, mas cabe aos governos federal e estadual estabelecer as regras para que haja responsabilidade socioambiental.

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