Repórter Larissa Durães

A Polícia Civil cumpriu nesta terça-feira (9), mandado de prisão temporária expedido contra o sargento do Corpo de Bombeiros, Anderson Pinheiro Neves, de 38 anos, suspeito de atirar e matar o tenente Rafael Alves Veloso, de 42 anos, na última sexta-feira, 05 de maio, em Montes Claros.

De acordo com o Coronel Júlio César Toffoli, Comandante do 4° comando operacional de bombeiros, o procedimento adotado pelo Corpo de Bombeiro no momento dos fatos foi o de prestar os primeiros socorros à vítima e acionaram os órgãos policiais para que pudessem tomar as providencias em relação ao ocorrido.

Sobre a motivação de que já haveria uma desavença entre vítima e investigado, inclusive com áudio circulando sobre uma questão hierárquica, o posicionamento do Corpo de Bombeiro, segundo o Comandante Toffoli, é de que até o momento, “as informações que estão circulando nas redes sociais, não estão confirmadas, pois não há nenhum tipo de problema anterior registrado na nossa corporação”, disse.

Com a prisão do principal suspeito do crime, a corporação entende que a investigação vai avançar e a partir da audição do indiciado, será possível obter maiores informações e avançar na questão da motivação, explicou o comandante.

Já em relação aos trâmites em relação à investigação daqui pra frente, segundo o comandante, vão ser juntados todos os elementos de prova para apontar, justamente, autoria e materialidade do crime e também a motivação. “Todas as investigações e as diligências serão feitas em conjunto com a Polícia Civil para poder chegar ao final no relatório do inquérito e ter essa noção de autoria e motivação”, enfatiza.

O comandante explicou que o militar preso não possui nenhuma restrição médica e que estava trabalhando normalmente. Segundo o delegado Bruno Rezende da Silveira, com a apresentação para fins de prisão temporária, o investigado fica à disposição da justiça para que a Polícia Civil possa continuar as investigações e diligencias necessárias para a conclusão do homicídio.

Ainda segundo o comandante, após o ato de ferir e levar a óbito o colega de corporação, o sargento Anderson evadiu para a Bahia, fazendo retorno a Montes Claros, somente depois de providencias realizadas pela defesa a fim de que pudesse fazer a interlocução, para que o autor pudesse se apresentar à justiça e respondesse pelo crime.

Em relação a dinâmica do crime o que já se sabe é que o suspeito confirmou para a equipe de homicídios a prática do delito e entregou a arma de fogo utilizada. “Ele disse que teria ido até a porta da vítima para conversar e que lá teria ficado mais nervoso e efetuado o disparo de arma de fogo. Que a conversa, segundo ele, foi motivada por divergência interna entre os dois. O que para nós não procede, pois, nenhum deles formalizou procedimento na instituição. O que está bem colocado para nós é que ele incialmente premeditou o crime ao articular a ida até a residência da vítima na firme tentativa de cometer o homicídio”, ressaltou o delegado.

“Ao se entregar o autor demonstrou inicialmente arrependimento em relação aos fatos, mas em relação ao seu comportamento ele estava tranquilo entendendo inicialmente que ele responderia pelo crime de homicídio e fica preso à disposição da justiça para que a polícia possa continuar as investigações e diligencias necessárias para conclusão desse homicídio”, finaliza o delegado Bruno.

O sargento Anderson Pinheiro Neves está preso no 10º batalhão da Polícia Militar, onde permanecerá por 15 dias, que é o tempo que a Polícia Civil espera concluir o caso. A acusação é de homicídio consumado qualificado.