DECEMBER 9, 2022


Hospital do Rim da Santa Casa faz campanha sobre o Dia Mundial do Rim 2023 no Mercado Municipal em Moc

Hoje em Minas Gerais, existem 3 mil pessoas há espera de um rim. Na Santa Casa de Montes Claros tem 274 em tratamento de rim.

WhatsApp Image 2023-03-09 at 12.38.11

Foto: Larissa Durães

Repórter Larissa Durães

O Dia Mundial do Rim é realizado neste ano no dia 9 de março e o Hospital do Rim da Santa Casa realizou uma ação educativa (panfletagem e informações) no Mercado Municipal de Montes Claros na parte da manhã. O Hospital do Rim da Santa Casa, neste momento está atendendo 274 pacientes com problemas de rim. E pensando na possibilidade de que outros possam agregar, o Hospital do Rim da Santa Casa promove essa campanha para prevenir a população para ficarem atentas aos sinais da doença e amenizar a gravidade do diagnóstico. Pois, na campanha do Dia Mundial do Rim 2023, o foco é cuidar dos vulneráveis e estar preparado para os desafios inesperados. A doença renal crônica pode ser Prevenida! Quando diagnosticada de forma precoce, pode ser Controlada.

Para a nefrologista Fernanda Quadros Mendonça Marques, o problema da doença renal crônica é que é uma doença silenciosa com poucos sintomas na fase inicial da doença. “Então, muitas vezes quando o diagnóstico é feito por conta de sintomas, geralmente o paciente já tem uma doença em estado muito avançado”, alerta a médica. Segundo ela, quando se descobre nesta fase, já não tem muito o que fazer. “O paciente já tem que ir para diálise, transplante renal”, explica. “Por isso é tão importante a prevenção”, pontua.

Como é feito a prevenção

É necessário o paciente realizar medidas gerais como hidratação;

Evitar consumo de bebidas em excesso;

Evitar tabagismo;

Controle de pressão;

Diminuir consumo de sal;

Fazer atividade física.

Se o paciente é hipertenso, diabético, que já possui história de doença renal na família, tem lúpus, doença policístico na família, são de risco, “por isso precisam manter um acompanhamento regular. Precisam dosar a creatinina no sangue, exame de urina, de forma rotineiro. Tipo um check-up mesmo”, diz a médica.

Este acompanhamento é necessário para que assim ele possa descobrir quando a doença está evoluindo de uma forma precoce. “E às vezes, quando a gente pega a doença em uma fase precoce, conseguimos evitar essa progressão da doença para a fase mais avançada”, ressalta Fernanda. “O fundamental é o diagnóstico precoce”, enfatiza.

Como é feito o tratamento

A nefrologista diz que “existe hoje tratamento conservador e o tratamento de diálise”.

No tratamento de rim, é necessário também, além de toda medicação e acompanhamento dos médicos e enfermeiros, que o paciente tenha também um acompanhamento psicológico, e para explicar essa necessidade, a psicóloga Sirlene Lima diz que na doença existem três fases, a primária, secundária e terciária, “e o psicólogo se envolve no tratamento da terciária que é quando a doença se manifestou. Que é onde o paciente chega não conhecendo a doença, e a gente precisa trabalhar com esse paciente, no emocional desse paciente para que ele possa entender e melhorar esse processo de negação e seguir um pouco dentro do tratamento conservador que é feito dentro do setor em que trabalhamos”. O paciente conservador é tratado antes de ir para a máquina de hemodiálise. “Então se ele chegar ir para a máquina de hemodiálise, com o nosso tratamento, ele vai chegar com uma consciência maior sobre o adoecimento dele de modo geral”, finaliza a psicóloga.

Tratamento conservador

A médica informa que existem alguns pacientes que não tem indicação ainda de diálise, por isso irá manter o tratamento conservador. “Ser paciente conservador é o paciente que vai ser acompanhado, que vai sendo feito nele, ajuste de medicações para pressão, para diabete. Existe, por exemplo, paciente com doença renal crônica que muitas vezes evolui quadro de anemia, então tem que tratar a anemia nele. Tem doença óssea associada, é um paciente que tem que ser orientado para o consumo de anti-inflamatório, que não pode. A questão de antibióticos que tem que ajustar a dose porque a dose excessiva pode prejudicar mais o rim dele. Então esse paciente vai sendo acompanhado dessa forma, isso é o tratamento conservador”, explica a médica.

Terapia Renal Substitutiva

Quando a função do rim inevitavelmente evolui como piora, o paciente então precisa de uma terapia renal substitutiva, que para Fernanda, pode ser ou diálise, ou transplante renal. “Então a diálise tem a hemodiálise que é aquela no sangue e que é mais conhecida, e existe também a diálise peritoneal, que é aquela que é feita no abdômen, no peristômio, na barriga”, informa.

Hoje no Hospital do Rim da Santa Casa de Montes Claros, existem 274 pacientes em programas de diálises, sendo 25 em programa de diálise peritoneal e o restante em hemodiálise sendo 80% – 90% realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Sobre o Transplante

Quando a pessoal não tem mais o funcionamento do rim, é necessário arrumar um mecanismo de substituição da função que o rim não está mais tendo. “Então o paciente irá precisar fazer a diálise, ou vai ter a possibilidade de se inscrever na lista para transplante renal”, informa a médica.

O paciente que transplanta, recebe um rim novo e usa medicações para evitar rejeição desse rim e vai continuar sendo considerado um paciente renal crônico, de acordo com a doutora Fernanda. “Ou seja, o transplante não cura, não é a cura. É somente uma possibilidade de tratamento que sem dúvida permite ao paciente uma qualidade de vida importante e muito boa e é isso, são medidas de terapia que servem para substituir esse rim”, frisa.

Sobre a doação de rim

“Essa doação de rim precisa muito da conscientização principalmente da família do paciente que evolui para morte encefálica para poder fazer a doação”, constata a médica. Para ela, muitas vezes o paciente, em vida, já manifesta para a família a ideia de que caso venha falecer é de seu interesse ser um doador. “Por isso é importante que a família realize esse desejo do paciente, além do fato de que vai ajudar outro a viver”, destaca.

Hoje em Minas Gerais, existem 3 mil pessoas há espera de um rim. “Então realmente é um número grande. E a gente que acompanha os pacientes durante a diálise e pós-transplante consegue enxergar como é visível o tanto que a vida do paciente melhora. A qualidade de vida desse paciente, e as outras doenças associadas, como a cardiovascular, tudo isso melhora. Então o transplante é assim, algo fundamental. Então acho que precisa realmente dessa conscientização, orientação e participação da população para ajudar quem muito precisa”, conclui a nefrologista.

Sobre a Campanha

A campanha que é a nível mundial, no Brasil é coordenada pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN). “Essa campanha vem sendo desenvolvida há 17 anos e o Hospital do Rim, da Santa Casa abraçou essa causa também com ações voltadas para a prevenção, explicando para a sociedade montes-clarense, a importância de cuidar dos rins”, informa a assistente social, Carla Tiola Cândida.

Confira os principais grupos de risco

Hipertensão;

Diabete;

Doença dos rins ou do coração;

Uso frequente de anti-inflamatório;

Idosos;

Doença dos rins na família;

Obesidade

Tabagismo.

Equipe reunida para panfletar e passar informações sobre a campanha do Dia Mundial do Rim no Mercado Municipal de Montes Claros. Foto: Larissa Durães
Fotos: Larissa Durães
Compartilhe:

Notícias Relacionadas

Bloco 1 Entretenimento Geral Montes Claros

30ª Festa nacional do Pequi

Bloco 1 Geral Montes Claros

ESTIAGEM PROLONGADA – Montes Claros decreta situação de emergência